Inovação em grupos de pesquisa em nanotecnologia : um estudo de caso no Rio Grande do Sul
Datum
2015-10-02Autor
Tisott, Priscila Bresolin
Orientador
Camargo, Maria Emilia
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
As organizações competem, atualmente, em um cenário de mudanças constantes, exigindo-se delas, dessa forma, capacidade tecnológica para atender às demandas do mercado. Nesse panorama, o setor nanotecnológico surge como uma promessa de futuro que vem se firmando a cada dia, não somente devido ao perfil inovativo inerente às invenções e inovações desse setor, mas também por exigir a criação e a manutenção de interações interorganizacionais para a promoção destas inovações. Dessa forma, este estudo teve por objetivo analisar o perfil da inovação e sua dinâmica vigente nos grupos de pesquisa em nanotecnologia do CNPq. Para a operacionalização do estudo, foi utilizada uma pesquisa aplicada, com objetivos exploratórios e descritivos. Como procedimento de pesquisa, foi utilizada uma survey, com dois instrumentos de coleta de dados enviados por meio eletrônico aos pesquisadores integrantes dos grupos de pesquisa da área de nanotecnologia que atuam nos grupos cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil, vinculado ao CNPq, localizados no Estado do Rio Grande do Sul, e que efetivamente trabalham com nanotecnologia. O instrumento de coleta destinado aos líderes dos grupos foi respondido por 10 grupos de pesquisa. Já o instrumento destinado aos pesquisadores em geral obteve 28 retornos. Os dados coletados foram analisados e descritos por meio de técnicas de estatística descritiva e inferencial, como análises de correlação e testes U de Mann-Whitney. A análise dos dados permitiu a identificação de resultados como: o aumento das publicações internacionais configura-se como a principal motivação encontrada pelos pesquisadores para integrar os grupos de pesquisa em nanotecnologia, enquanto o relacionamento com outros grupos é a principal dificuldade. Ademais, a falta de infraestrutura dos laboratórios e a dificuldade na obtenção de financiamento são entraves para o desenvolvimento nanotecnológico, pois não permitem produção tecnológica ou de novos produtos. Ainda, o fator custo não pode ser relacionado às motivações nem às dificuldades encontradas pelos pesquisadores, ao contrário do que evidencia a literatura. Além disso, apesar de os grupos possuírem uma configuração voltada ao compartilhamento de conhecimento interorganizacional para a promoção da inovação, não é possível identificar a existência de inovação nas atividades relacionadas aos grupos, haja vista a falta de um processo inovativo em que as invenções cheguem até o mercado. No que diz respeito ao conhecimento interorganizacional nos grupos, é possível perceber que a utilização de mecanismos de socialização formais no compartilhamento do conhecimento poderia levar à criação de novas competências e, por consequência, à existência de um processo inovativo.