A pandemia da COVID-19 enquanto um desastre biológico e suas consequências sobre o gênero feminino
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Data
2022-07-09Autore
Oliveira, Alice Pacheco
Orientador
Calgaro, Cleide
Metadata
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Esta dissertação aborda a pandemia da COVID-19 e o gênero feminino sob os enfoques do direito ambiental e do direito dos desastres. No primeiro capítulo, é apresentada a relação entre os temas gênero e desastres, através de uma construção teórica e evolutiva. No segundo capítulo, apresenta-se uma conexão entre a crise da biodiversidade e a origem das epidemias. No terceiro capítulo, apresenta-se, na realidade brasileira, os impactos que a pandemia da COVID-19 causou nas vidas de mulheres indígenas, negras e quilombolas, bem como nas vidas das mulheres que buscaram uma candidatura política nas eleições de 2020. O problema de pesquisa restou estabelecido da seguinte forma: ?tendo como cenário e considerando a Covid-19 como um desastre biológico ocasionado pela crise da biodiversidade, questiona-se: quais os impactos do desastre biológico da COVID-19 nas mulheres em uma análise dos Informes 1, 2 e 3 da ONU Mulheres?? A hipótese do problema de pesquisa foi a de que, uma vez que podem ter sido mais expostas ao contágio pelo vírus Sars-CoV-2, ocorreram impactos severos sobre a saúde, a segurança e a situação econômica das mulheres brasileiras, os quais são melhor compreendidos se feitos recortes de raça, cor e etnia. A forma de abordagem da pesquisa é a qualitativa e sua metodologia de investigação científica é a descritiva. Na conclusão do trabalho, demonstra-se que os impactos da pandemia da COVID-19 sobre as mulheres brasileiras indígenas, negras e quilombolas foram mais profundos e severos do que os sofridos por mulheres brasileiras de outras raças ou etnias. Demonstra-se, também, que os impactos e os desafios advindos com a pandemia para as mulheres que buscaram candidaturas políticas nas eleições de 2020 foram diferentes dos enfrentados por candidatos masculinos. Concluiu-se que as consequências da pandemia sobre os serviços de assistência à saúde feminina, sobre a segurança e sobre a situação econômica das mulheres foram de grande monta. Também se concluiu que a presença de mulheres em cargos de comando e de tomada de decisão é fundamental para que ocorra a mitigação das vulnerabilidades femininas e infantis ante a ocorrência de uma emergência humanitária. Concluiu-se, por fim, que a gestão em redução de risco de desastres necessita ter recortes de gênero, raça e etnia para ser eficaz e efetiva.[resumo fornecido pelo autor]