Conjugalidade violenta em uma mulher com neoplasia
Abstract
A violência conjugal praticada por parceiro íntimo provoca vários danos na vida da mulher, entre eles problemas na saúde física e mental. Considerando especialmente a mulher acometida por câncer, essa violência adquire maior relevância. Esta pesquisa teve como objetivo: discutir possíveis relações da dinâmica conjugal violenta em uma mulher com neoplasia. Para isso, foi reunido conhecimentos científicos produzidos sobre a violência de gênero contra a mulher, dinâmica conjugal violenta e neoplasia, a fim de realizar uma análise correlacionando as consequências da natureza dessa violência em uma mulher com quadro neoplásico. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativa, de base exploratória. Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado como fonte os registros das entrevistas de uma participante de um grupo operativo, o qual está vinculado a uma pesquisa institucional. As entrevistas transcritas foram disponibilizadas pela pesquisadora e, também, orientadora deste estudo. Para a coleta dos dados, foi realizada uma Tabela de Recorte de conteúdos. A partir dessa, iniciaram as leituras dos conteúdos e, posteriormente, a categorização dos mesmos, a partir do agrupamento de temáticas manifestadas nos relatos da participante. O referencial de análise foi a análise de conteúdo. Os principais resultados apresentados apontaram para duas categorias de discussão: Na primeira categoria, denominada características da dinâmica relacional do casal, foi apresentado uma contextualização e caracterização do relacionamento da participante com seu atual companheiro, composta por doze recortes. Na segunda categoria, neoplasia no contexto da dinâmica conjugal violenta, foi abordado as vivências da conjugalidade diante da doença da participante, discutidas através de cinco recortes. A partir disso, as considerações finais deste estudo enfatizam que a violência praticada por parceiro íntimo representa sofrimento à participante com vários prejuízos para sua vida e saúde. No entanto, há aspectos como a naturalização da violência e a idealização da relação e do parceiro, que são necessários de serem considerados nesse cenário. Especialmente em relação ao processo de adoecimento e conjugalidade, destaca-se a falta de apoio do parceiro agressor no enfrentamento da doença, bem como as repercussões, desta, de frustração e insatisfação da qualidade do relacionamento, bem como prejuízos à autoestima e autoimagem da mulher. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]