Adequação da assistência pré-natal no estado do Rio Grande do Sul: estudo transversal
Data
2022-07-30Autore
Adami, Aline De Gregori
Orientador
Garcia, Rosa Maria Rahmi
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O acompanhamento pré-natal (PN) é um período oportuno para que intervenções de saúde sejam realizadas. Além disso, o início precoce dele é essencial para a prevenção de desfechos negativos maternos-fetais, como de doenças sexualmente transmissíveis e de transmissão vertical, por exemplo. O Rio Grande do Sul (RS) é, historicamente, um dos estados com maior prevalência e incidência da infecção pelo HIV do Brasil. Ademais, nos últimos anos, tem figurado entre os estados com as mais elevadas taxas de detecção de sífilis e sífilis congênita do Brasil. Esses dados pressupõem uma inadequação no cuidado pré-natal. Neste sentido, é relevante obter-se dados sobre a adequação do PN e sobre o perfil das mulheres atendidas nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e redes conveniadas no RS, a fim de avaliar a qualidade do pré-natal ofertado e aprimorar as políticas públicas de saúde voltadas às mulheres atendidas nesse contexto. Com isso, esta dissertação apresenta os resultados obtidos da avaliação da adequação da assistência PN no RS, utilizando dados obtidos a partir do Projeto Parturientes RS, uma pesquisa realizada de 2017 a 2019. Trata-se de um estudo transversal, com amostra probabilística de parturientes, de 66 maternidades do SUS e de redes conveniadas, das 19 coordenadorias regionais de saúde pertencentes às sete macrorregiões de saúde do estado do RS. Foram coletados dados secundários (do cartão pré-natal, do prontuário e dos laudos) de 13.432 parturientes, no período de 26/09/2017 a 21/10/2019. Os resultados mostram alta cobertura de PN (98,4%), porém, apenas 57,5% das parturientes iniciaram o PN até a 12ª de gestação e realizaram, no mínimo, 6 consultas. As variáveis idade, raça/etnia, nível de escolaridade, o tipo de parto e número de partos prévios e região de residência foram associadas com a adequação ao PN A análise multivariada mostrou que a cada aumento de 1 ano na idade da parturiente, ocorre um aumento de 4% na chance de adequação do PN. Parturientes da raça/etnia branca, com ensino superior e primíparas residentes na macrorregião dos Vales apresentam mais chances de PN adequado quando comparadas com parturientes não brancas, analfabetas e/ou com ensino fundamental incompleto, com 3 ou mais partos e que residam nas demais macrorregiões do RS. No momento do parto, 98,1% das parturientes realizaram ao menos um teste anti-HIV e 96,9%, um teste rápido para sífilis. A taxa de cesárea foi de 57,2%. Na população de parturientes residentes no RS, atendidas pelo sistema público de saúde a assistência PN alcançou cobertura praticamente universal e é mais do que adequada para pouco mais da metade da população. Parturientes brancas, com menor número de partos prévios e com maior nível de escolaridade, apresentam melhor adequação PN. O rastreamento para HIV e sífilis abrangeu quase a totalidade das gestantes e observou-se percentuais de parto cesáreo muito acima do preconizado pela OMS. Para obter-se uma análise mais detalhada da qualidade da assistência pré-natal no RS, é necessário considerar todos os aspectos da assistência pré-natal com indicadores sobre a estrutura, o processo (intervenções realizadas) e os resultados da gravidez.[resumo fornecido pelo autor]
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