Sobre a desnaturação humana: a formação e a dissolução dos costumes na antropologia de Rousseau
Fecha
2022-09-01Autor
Zen, Breno Bertoldo Dalla
Orientador
Salvadori, Mateus
Metadatos
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Esta dissertação tem como principal objetivo investigar a formação antropológica do pensamento de Jean-Jacques Rousseau, a partir de suas reflexões críticas sobre os costumes europeus do Século XVIII. Para este fim, consideramos a noção conjectural que é desenvolvida no Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens, que presume que o homem teria sofrido um processo radical de desnaturação, a passagem do estado de natureza para o estado civil. A alegoria rousseauniana considera o homem da natureza como um ser livre e independente, que não se utilizava da faculdade da razão, nem era capaz de considerações morais. Quando socializado e policiado, o abuso das faculdades o tornou um ser vil, vaidoso, competitivo e ambicioso. Assim considerando, pretendemos responder às seguintes questões: como o ser humano se tornou um ser egoísta e dissimulado? Houve um estágio social em que a vida humana foi mais equilibrada e comunitária? Podemos dizer que a noção de civilização que é desenvolvida no período Iluminista contribuiu para a formação de noções etnocentristas? O que torna possível que pensemos em um estado natural do ser humano? Qual a importância do desenvolvimento dos interesses pessoais para a formação da sociedade? O presente trabalho também implica reflexões sobre a influência da obra rousseauniana para o desenvolvimento da antropologia moderna, partindo das críticas de Rousseau aos relatos de viajantes sobre povos isolados do Novo Mundo. Pretendemos, com este trabalho, realizar uma análise bibliográfica que possa contribuir com a renovação da importância da obra rousseauniana no contexto antropológico. [resumo fornecido pelo autor]