Análise do desempenho mecânico de CUAD com a adição de fibras de aço carbono e de polipropileno frente exposição à elevadas temperaturas
Zusammenfassung
O constante desenvolvimento da sociedade demanda por aprimoramento em todas as áreas do conhecimento. A necessidade da utilização de concretos com elevada resistência mecânica para garantir a esbeltez de elementos construtivos ou ainda, para atender decisões arquitetônicas, muitas vezes pode comprometer o desempenho de resistência ao fogo. Nesse contexto, o trabalho avaliou o comportamento de concretos de ultra alto desempenho (CUAD) submetidos à temperatura de até 600°C. As amostras foram compostas por um teor fixo de fibras de aço carbono de 75 kg/m³ e variação do teor da adição de fibras de polipropileno em 0,0%, 0,2%, 0,6% e 1,0%, permitindo verificar a interferência das adições frente o desempenho no estado fresco, determinado pelo ensaio de mini-slump onde, com o aumento da quantidade de fibras de PP, houve significativa redução na trabalhabilidade do concreto. No estado endurecido, através dos ensaios de tração na flexão e compressão, o CUAD apresenta propriedades elevadas de resistência atreladas à própria formulação do concreto e à presença das fibras. Para o ensaio de exposição a elevadas temperaturas, as amostras foram submetidas a cura ambiente, 7 dias antes da realização do ensaio, e a cura em estufa a 60ºC, durante 48 horas antes da exposição. As amostras sem a incorporação de fibras de PP, em ambos os regimes de cura, sofreram a ocorrência do efeito spalling demonstrando que o derretimento das fibras de polipropileno, pelo efeito da elevada temperatura, diminuiu o risco de fragmentação, devido ao aumento da porosidade das amostras e, com isso, diminuição da pressão interna da matriz cimentícia. Após a exposição, as amostras com adição de 1,0% de fibras de polipropileno apresentaram melhor desempenho frente a manutenção da resistência à tração na flexão. Analisando a resistência residual à compressão, as amostras submetidas à cura em estufa, apresentaram maiores índices de resistência em função da aceleração da hidratação do cimento durante o processo de cura e de exposição à temperatura de até 600°C, conforme processo visualizado na microscopia eletrônica de varredura (MEV). [resumo fornecido pelo autor]