Conceito de empatia de Ferenczi na clínica da psicose
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Data
2023-11-27Autore
Toscan, Tainá
Orientador
Cemin, Tânia Maria
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O presente trabalho visa identificar possíveis contribuições da psicanálise em relação à técnica empática proposta por Sandor Ferenczi junto a pacientes psicóticos. Tendo como objetivos, especificamente, descrever acerca de aspectos fundamentais da técnica psicanalítica freudiana, caracterizar o conceito de empatia segundo Sandor Ferenczi e apresentar perspectivas psicanalíticas acerca dos pacientes psicóticos. Para tanto, aborda-se diferenças e aproximações entre os conceitos de neurose e psicose, bem como as modelações necessárias à condução do tratamento psicanalítico diante do paciente psicótico, com base no conceito ferencziano de empatia. Além disso, são estabelecidas relações do conceito de empatia como princípio para uma ética do cuidado, que permite dar voz e vez ao sujeito da psicose, revelando este como indivíduo passível de investimento libidinal. Em termo de método é utilizado o delineamento de uma pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva e interpretativa. A fonte é o artefato cultural ?State of Mind? (tradução brasileira: Três Cristos), de Jon Avnet, que aborda acerca de três pacientes psicóticos internados em um hospital psiquiátrico estadual, no qual é possível se identificar o conceito de empatia por meio do psiquiatra Stone e, posteriormente, na relação entre os próprios pacientes. A partir disso, construiu-se uma tabela com recortes de cenas do artefato cultural, agrupadas em quatro categorias. Na categoria 1, denominada "Relação profissional-paciente: alguns aspectos acerca da regressão do analista", é possível refletir sobre a importância da regressão do analista frente à própria posição de onipotência, a fim de aproximar-se do eu psicótico primitivo. Na categoria 2, "Relação profissional-paciente: abertura para novas experiências", tem-se os efeitos da regressão do analista, expressos na forma de empatia e sensibilidade para com o paciente. Na categoria 3, "Relação inicial paciente-paciente: indisposição ao relacionamento com o outro", é apresentada uma possibilidade de compreensão acerca da resistência do paciente psicótico ao contato social e afetivo. Na categoria 4, "Relação final paciente-paciente: disposição de se experimentar e conviver com", se revela o estabelecimento de um lugar no mundo e a criação de vínculos afetivos e efetivos como repercussão do contato empático. Deste modo, pode-se pressupor que apesar de não ser possível postular um plano de cura ou organização psíquica linear ao paciente psicótico, este se revela passível de afeto e de se refletir acerca da empatia ferencziana como alternativa ao método interpretativo até então limitado aos pacientes neuróticos. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]