Análise molecular de cepas de campo de parvovírus canino tipo 2 e eficiência de neutralização viral de anticorpos gerados por vacinas comerciais e experimentais
Zusammenfassung
O parvovírus canino tipo 2 (CPV-2) é um vírus que apresenta características evolutivas através do resultados de substituições nucleotídeos que, por consequência acarreta na alterações de aminoácidos em seu genoma, principalmente na proteína VP2, gerando principalmente sinais clínicos gastroentéricos em cães jovens e não vacinados. Na imunização dos caninos contra o CPV-2 dita-se que a falha vacinal dos filhotes pode estar relacionada à supressão de resposta imune induzida por anticorpos maternos. Existem diferentes marcas de vacinas disponíveis no Brasil levantando-se o questionamento da eficácia das vacinas nacionais frente às importadas. Visto isso, a análise da qualidade das vacinas é de suma importância a fim de avaliar a sua eficácia. Este trabalho foi desenvolvido a fim de elucidar a partir de testes in vivo a capacidade de neutralização viral dos anticorpos gerados pelas vacinas comercializadas na região sul do Brasil, incluindo tanto marcas nacionais quanto importadas. Além disso, obtiveram-se cepas de campo em parceria com clínicas da Serra Gaúcha e região metropolitana de Porto Alegre para determinar as variantes predominantes e o status vacinal dos animais portadores da parvovirose canina. Ademais, também foram utilizadas ferramentas de bioinformática a fim de determinar as principais variantes circulantes no Brasil, nos últimos 10 anos, através do acesso à plataforma GenBank. Desta forma, foi realizado o alinhamento das sequências no programa MEGA11, realizou-se uma árvore filogenética no programa FigTree v1.4.4. e foram determinadas as regiões predominantes com substituições de aminoácidos presentes, tanto nas cepas circulantes quanto nas vacinas comerciais já sequenciadas em estudo anterior, finalizando com a avaliação da proteína estrutural VP2 no programa ChimeraX visualizando os pontos eletrostáticos e hidrofóbicos dos sítios apresentados. Em seguida caracterizou-se a predominância da circulação da variante CPV-2a, seguida de CPV-2c e CPV-2b, respectivamente, destacando alterações nos sítios 44, 101, 267, 297, 300, 305, 324, 375, 426 e 440, com alterações de carga e hidrofobicidade na proteína VP2. Na árvore filogenética realizada observaram-se as vacinas agrupadas no clado em conjunto à cepa ancestral, as variantes CPV-2b e CPV-2c, agrupadas em um mesmo clado, e a CPV-2a em um único clado. Por fim, levantou-se o questionamento da eficácia das vacinas comercializadas, disponíveis na região sul do Brasil, por serem observadas diferentes titulações de anticorpos neutralizantes nos resultados obtidos in vivo. [resumo fornecido pelo autor]