Ética do ser humano e ética de mercado : experiências formativas do ser mulher em TI
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Data
2023-12-15Autor
Quaresma, Joseli Christine Mendonça Machado
Orientador
Streck, Danilo Romeu
Metadata
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Em um momento histórico em que a tecnologia da informação (TI) torna-se cotidiana e presente em praticamente todas as ações humanas, falar sobre as questões éticas envolvidas nesse contexto - sobretudo para quem as produz, enquanto estudantes e trabalhadoras - torna-se, além de oportuno, necessário. Por essa razão, a presente pesquisa visou compreender como as experiências das mulheres de TI (programadoras) contribuíram com a formação do ser mulher em tecnologia, na relação entre a ética universal do ser humano e a ética de mercado. Para essa compreensão, foi necessário: analisar experiências das mulheres programadoras que as influenciaram (e influenciam) na escolha pela área de TI; relacionar as lacunas percebidas pelas mulheres programadoras em seu processo formativo do ser mulher em TI; problematizar e entender as experiências em comum encontradas na formação do ser mulher em TI, na relação entre a ética universal do ser humano e a ética de mercado. Dessa forma, a pesquisa foi de cunho exploratório, qualitativo e com base em epistemologias dialógicas, tendo como instrumentos de construção dos dados formulário online com vídeo explicativo da pesquisa, entrevistas individuais semiestruturadas e grupo de reflexão. Já a análise do conteúdo foi feita a partir de Laurance Bardin (2011) e centrou-se em três dimensões consideradas formadoras do ser mulher em TI: educação, trabalho e singularidades. Dentre os resultados, foi possível destacar que as experiências na TI e na vida pessoal demonstram o quanto as duas éticas analisadas atravessamnos de forma quase que imperceptível, porque não pensamos sobre elas ativamente. Por vezes, elas são antagônicas, como nos exemplos sobre a demissão em massa de quem está produzindo ou sobre a demissão de quem não aceita brincadeiras machistas. Outras vezes, essas lógicas representam um movimento dialético, pois existe a necessidade material de vida, onde são aceitas as condições preconizadas pela empresa para o sustentar-se, mas ao mesmo tempo a mulher sente a compensação no final, de poder estar em casa com seus filhos e proporcionando uma vida melhor para eles do que tinha antes. Como alternativas a este movimento dialético, é possível mencionar as comunidades de cooperação e as redes de apoio em relação ao compartilhamento de suas histórias e dores. O aprofundamento na saúde mental feminina nesse contexto, em especial propostas educativas desenvolvidas durante a formação universitária da área de TI,
configura-se como uma das possibilidades de continuação da pesquisa em nível de doutorado. [resumo fornecido pelo autor]