Emergências estéticas : pistas para o redesenhar e repintar a formação docente como devir da pandemia
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Data
2024-04-10Autor
Oliveira, Lucila Guedes de
Orientador
Rosa, Geraldo Antônio da Rosa
Metadata
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Esta Tese foi realizada partindo do pressuposto de que é possível reinventar a formação docente pautada na Estética da Existência de Foucault (1926-1984) e que a interação com a Arte pode ser uma possibilidade para a estetização da docência na formação inicial e no exercício da profissão. Para delinear os caminhos metodológicos, assumi a posição de uma cartógrafa para estar atenta as estratégias da produção do desejo como fenômeno da existência humana. Alguns movimentos foram feitos na cartografia, tais como: Da construção dos dados da pesquisa construídos com base bibliográfica acerca da estética e da docência, da interlocução com o estado do conhecimento, investigando o banco de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (de 2015 a 2020). Outro movimento trata da investigação acerca da promessa da formação estética nos currículos escolares presentes nos documentos como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2013) e da Base Nacional Comum Curricular (2017), do mapeamento nos sites das Secretarias Municipais da Região da Serra Gaúcha, identificando a presença das empresas que ofertam a formação docente e que, na pós-pandemia, foi intensificada e massificada por meio das plataformas e mídias digitais, atentando para a produção dos planos de aulas disponibilizados nos portais das Secretarias da Educação durante os estudos domiciliares. Os deslocamentos favoreceram construir uma cartografia tecida por movimentos genealógico (Foucault, 2014, 2016, 2020) e rizomático (Deleuze; Guattari, 2011), e Rolnik (2016). Ao propor possíveis modos de vida docente que escapem dos assujeitamentos, busquei respostas que versassem sobre a estetização docente, a saber: Que possíveis alternativas podem ser utilizadas no processo de redesenhar e repintar a formação docente, constituídos por modos pedagógicos de viver a Estética da Existência? De caráter qualitativo, esta pesquisa contou ainda com os estudos de Agamben (2007-2009), Larossa (2018), Nadja Hermann (2010), Nóvoa (2015), Pereira (2016), Veiga-Neto (2007) e Rosa e Trevisan (2016). O desenho da Tese supõe uma intrínseca rede de afetos por constituir contornos dos lugares de um território incerto. O jogo entre subjetivação/dessubjetivação do ponto de vista da relação de poder foi explorado na dimensão, em que o "gesto" de dessubjetivação é concebido como ponto de corte do processo de captura dos sujeitos pelo sistema da produtividade. Com um olhar crítico, que se abre para as forças do desejo canalizado para os fins de uma educação de qualidade, busca-se caminhos possíveis de agenciamentos, liberando outras forças advindo do próprio desejo docente. Assim, como um possível resultado da investigação, foi elaborada a criação do baralho das 29 cartas para reinventar as experiências formativas, intitulada Repintar e redesenhar a docência e apresenta-se como um devir, uma forma de romper com a ideia de uma formação padronizada, reconhecendo as linhas de forças do controle e procedendo com a interpretação dos acontecimentos do passado, do corpo em arte em um jogo criativo, tramado ás linhas de fuga e das fissuras das camadas para compor resistências. [resumo fornecido pelo autor]