O paradigma sistêmico e os métodos de ensino adotados pelos educadores na formação em constelação familiar
Fecha
2024-07-04Autor
Maia, Ana Amélia Maciel
Orientador
Welter, Cristiane Backes
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente pesquisa intitulada "O Paradigma Sistêmico e os Métodos de Ensino Adotados Pelos Educadores na Formação em Constelação Familiar" foi realizada junto ao curso de Mestrado em Educação da Universidade de Caxias do Sul, na linha de pesquisa em Processos Educacionais, Linguagem, Tecnologia e Inclusão, e teve como objetivo principal: compreender a concepção de paradigma sistêmico e sua relação com a constelação familiar para perceber as imbricações dos métodos de ensino utilizados por educadores no curso de Formação em Constelação Familiar. A concepção de método adotada acompanhou a proposta de Morin (2003), segundo a qual método é composto por programa e estratégia. Quanto ao programa, a construção dos dados ocorreu pelo estudo de caso (Yin, 2010) e discurso do sujeito coletivo, trazido por Lefèvre, F. e Lefèvre A. (2003). Já no âmbito estratégico, foram utilizados os princípios do pensamento complexo de Morin (2021b). Em uma compreensão aprofundada sobre as bases teóricas da constelação familiar, observou-se a importância de compreender que a ciência atravessa um momento de transição paradigmática. Sobre a saída de um paradigma tradicional, cartesiano, mecanicista para um paradigma não linear, intersubjetivo, complexo e sistêmico, os principais interlocutores teóricos que contribuíram foram Edgar Morin (2021b), Maria Cândida Moraes (1997), Maria José Esteves de Vasconcellos (2012). A pesquisa empírica, realizada com educadores de um curso de formação em constelação familiar, revelou que a compreensão do paradigma sistêmico reflete em questões de ordem subjetiva, como uma percepção de mundo mais complexa capaz de incluir contradições e perceber-se como sujeito implicado em seu contexto. Alguns dos principais desafios enfrentados pelos educadores no ensino do paradigma sistêmico é a heterogeneidade de áreas do conhecimento de onde provem os estudantes e a multiplicidade de ambientes de ensino. Os métodos adotados pelos educadores têm a intenção de dirimir a dicotomia entre teoria e prática, enfatizando o aspecto vivencial associado a bases teóricas mais robustas. Diante da investigação teórica e empírica realizada, a transdisciplinaridade emergiu como um método possível e capaz de facilitar o ensino em coerência com o paradigma sistêmico, visto que alia programa e estratégia. A transdisciplinaridade como método consiste na investigação daquilo que se move entre os diferentes níveis do fenômeno, da materialidade do objeto. Assim, a prática valida a teoria e a teoria é gerada pela prática. Uma oxigena e retroalimenta a outra em um circuito retroativo e recursivo de autoprodução. Essa concepção pode ser aplicada também para diferentes áreas do conhecimento ou disciplinas. Quanto às possibilidades de continuidade de investigações, o estudo aponta para a importância de que sejam realizadas levando em consideração o paradigma sistêmico, o diálogo com outras áreas do saber e com interlocutores empíricos que partam da perspectiva desse novo paradigma. Além disso, no campo da Educação, sugere a possibilidade de se investigar a aplicação de métodos de ensino desde o ponto de vista da aprendizagem. [resumo fornecido pelo autor]