Luz, câmera na educação: o cinema educativo e a renovação da cultura material escolar e da educação em Caxias do Sul - RS (1947-1960)
Fecha
2025-02-27Autor
Dewes, Elisângela Cândido da Silva
Orientador
Souza, José Edimar de
Metadatos
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Esta tese vincula-se à linha de pesquisa História e Filosofia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul e tem como objetivo o estudo do Cinema Educativo no Rio Grande do Sul, particularmente, na cidade de Caxias do Sul, para analisar e compreender o uso desse material como um recurso para a renovação da educação e de uma dada cultura escolar. O recorte temporal compreende o período de 1947 a 1960 que alude a atuação da professora Ester Troian Benvenutti junto à Diretoria da Instrução Pública Municipal e como Orientadora do Ensino na cidade. Metodologicamente tem o aporte da História Oral e da Análise Documental Histórica, com a contribuição de documentos e da narrativa das memórias de sujeitos que viveram a experiência do cinema em um contexto educativo, percebendo os prováveis desdobramentos desse uso sobre a escolarização e para as práticas cotidianas. Nesse sentido, foram mobilizadas diferentes fontes, como: jornais de circulação nacional, estadual e regional; boletins, jornais e revistas da imprensa pedagógica; legislações; documentos da Administração Pública Municipal e da Diretoria da Instrução Pública; Programas de ensino; Correspondências; fotografias; documentos da Escola Normal Rural Murialdo; documentos em audiovisual; transcrições de entrevistas realizadas por outros pesquisadores locais. Como subsídio para a História Oral, as narrativas de sujeitos (alunos, professores, profissionais ou comunidade que foi sensibilizada pelas ações de cinema), a partir de entrevistas semiestruturadas transcritas e analisadas como fontes documentais. O estudo se desenvolve na perspectiva da História Cultural em interlocução com a História da Educação, fundamentado por meio de conceitos, como: estratégias, táticas, cultura escolar, cultura material escolar, representação e práticas. Para tanto, tem o apoio em Certeau (1990), (1994); Chartier (1990), (1991); Escolano Benito (1995), (2017), (2018) e Souza (2007), (2013). Do procedimento de análise dos documentos e das memórias dos sujeitos entrevistados, emergem temas que são organizados em categorias, priorizando-se para a construção das análises as seguintes: Cinema Educativo - Contexto Nacional / Regional e Municipal; Cinema Educativo - Comunidade; Cinema Educativo - Cultura Material; Cinema Educativo - Usos e Conteúdos; Cinema Educativo - Igreja. O estudo propôs reflexões acerca dos contextos que permearam a inserção do cinema no país; do trânsito de ideias sobre a renovação pedagógica e da cultura material escolar; bem como em torno dos diálogos em esferas nacional, estadual e municipal que reverberaram para o uso do cinema como suporte educativo escolar e fora da escola. Nessa conjuntura, a tese defendida é a de que o cinema foi um material da cultura escolar, entre os anos de 1947 e 1960, em Caxias do Sul, tendo como premissa as concepções de renovação das práticas pedagógicas que visavam a uma reconfiguração da sociedade da época, sendo, também, utilizado como um recurso para controle do fluxo de tendências externas ao espaço escolar, e acerca de uma dada cultura local. Do estudo emergiram evidências de que as práticas educativas que compreendiam o uso do cinema, na cidade de Caxias do Sul, estiveram alinhadas ao que se realizava em outras regiões do país, e que eram orientadas como recursos para a renovação, por instituições que assumiam uma dada organização do campo educativo, em caráter público, particular e a partir de serviços/entidades em diálogo com o poder público. [resumo fornecido pelo autor]