X-men : a alegoria do preconceito e o ensino de história nos quadrinhos de X
Date
2025-05-19Author
Marinho, Augusto César de Araújo
Orientador
Xerri, Eliana Gasparini
Metadata
Show full item recordAbstract
O preconceito, como atribuição social de malignidade, tem sido causa de tensões e conflitos que se protraem no tempo e geram fatos sociais que têm registros na história. Injustiças sociais são cometidas contra pessoas ou grupos de indivíduos e reconhecidas pela História como temas sensíveis significativos e complexos que podem envolver violência. Diante disso, o conhecimento da história pode contribuir para a realização de ações humanizadoras que envolvam compreensão e empatia e atuem no sentido da promoção de mudanças para pacificação de conflitos. Assim, para uma melhor divulgação do fato histórico, a ciência pode utilizar estratégias que, ao mesmo tempo, possam levar a reflexões e tornem mais atrativos e interessantes os temas, visando aumentar a efetividade do ensino, em especial, para um público não especializado. Para esse fim, a questão que norteia esta investigação consiste em: de que forma as histórias em quadrinhos podem contribuir para a abordagem sobre o preconceito e de que modo podem colaborar para o ensino de história? Assim, o presente trabalho se propõe a analisar as histórias em quadrinhos que, além de se configurarem como manifestação cultural, tratam sobre questões sociais e temas sensíveis, como é o caso das aventuras vividas pelos mutantes X-Men, nas revistas publicadas e distribuídas em vários países do mundo, inclusive no Brasil, uma vez que as histórias produzidas abordam questões ligadas ao preconceito e servem como base para a produção de filmes, livros e trabalhos científicos. A pesquisa realizada adota como fontes as histórias dos X-Men publicadas no Brasil no período entre 1969 até 2006, itens da coleção do autor e de onde foram selecionadas quatro histórias em específico para compor esse trabalho. O estudo do tema foi elaborado ainda com suporte em trabalhos acadêmicos de conteúdo sócio-histórico, filosófico e de psicologia que apresentaram temática semelhante. O caráter metodológico interdisciplinar foi também utilizado, uma vez que o tema favorece o diálogo entre os campos do ensino da ciência Histórica e da Psicologia, tendo em vista que a fantasia está ligada a essa área. O tema transita ainda por essas áreas do saber com a finalidade de demonstrar situações nas quais surge o preconceito, para realizar abordagem e debate, em especial no que diz respeito à sexualidade, sendo este o principal exemplo. Como resultado, foi sugerida a elaboração e realização de oficinas sob o título: "HQs que Transformam", com o objetivo de levar os alunos a analisarem histórias em quadrinhos, com a abordagem de diferentes temas tradicionais do ensino de História e/ou temas sensíveis à sociedade, e produzir suas próprias HQs, vivenciando um processo de aprendizagem em atividades que envolvam recursos linguísticos e o uso da fantasia e do lúdico. [resumo fornecido pelo autor]