O modelo atual de categorização e tratamento de transtornos é baseado no modelo médico, que se organiza pela configuração de transtornos como doenças latentes de base genética. Até o momento, não foram obtidos resultados que comprovem essa afirmação. Os transtornos são individualizados e diferenciados em sua categorização, colocando indivíduos em diagnósticos que não preenchem totalmente as suas características. O método atual de tratamento, que é padronizado em protocolos para transtornos específicos, não permite uma flexibilidade, aumentando o custo de formação e dificultando a expertise profissional. Tendo isso em vista, é necessário explorar novas formas de definir e tratar transtornos mentais, assim, o Protocolo Unificado de Barlow que é baseado na perspectiva transdiagnóstica e em pressupostos da Teoria Cognitivo-Comportamental, explica os transtornos com foco em suas semelhanças ao invés de suas diferenças, supostamente conseguindo tratar vários transtornos emocionais concomitantemente. Objetivos: O principal objetivo do presente trabalho é apresentar as contribuições do Protocolo Unificado para o tratamento transdiagnóstico de transtornos emocionais. Dessa forma, é necessária a explicação do modelo atual de tratamentos, que se baseia em protocolos de tratamentos para transtornos específicos, além de explicar a perspectiva transdiagnóstica e o Protocolo Unificado. Método: O delineamento do presente estudo foi qualitativo, as fontes foram artigos de ensaios clínicos randomizados. O referencial de análise foi feito por meio de uma revisão integrativa da literatura. Os resultados dos ensaios clínicos randomizados analisados demonstraram que o Protocolo Unificado possui diversas contribuições para o tratamento transdiagnóstico de transtornos emocionais. Foram mensuradas melhoras significativas de sintomas de todos os transtornos emocionais tratados, assim como o aumento na qualidade de vida e afeto positivo, e redução do neuroticismo e do afeto negativo. Concluiu-se que o Protocolo Unificado tem impacto nos sintomas e bem-estar do paciente por meio da regulação emocional e que ele pode ser um tratamento promissor em setores de saúde pública. [resumo fornecido pelo autor]