Principais agentes etiológicos envolvidos nas doenças do trato respiratório superior felino na região da Serra Gaúcha

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Data
2025-10-31Autore
Santana, Weslei de Oliveira
Orientador
Streck, André Felipe
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A doença do trato respiratório superior felino (URTD, do inglês Upper Respiratory Tract Disease) é uma enfermidade altamente contagiosa que afeta principalmente gatos de rua, de abrigo ou que convivem em ambientes de alta densidade populacional. Seu agravamento está associado a fatores como estresse, condições higiênico-sanitárias precárias e coinfecções que favorecem a imunodepressão. Os principais agentes etiológicos incluem herpes vírus felino (FHV-1), calicivírus felino (FCV), Chlamydophila felis (C. felis) e Mycoplasma felis (M. felis). Nos últimos anos, o SARS-CoV-2 emergiu como um patógeno de interesse na interface humano-animal, levantando questionamentos sobre seu impacto na saúde felina. Este estudo teve como objetivo revisar os principais patógenos envolvidos na URTD em felinos, incluindo agentes tradicionais e emergentes, com ênfase no impacto zoonótico e no conceito One Health. Além da revisão teórica, realizamos um estudo experimental durante a pandemia de COVID-19, analisando 120 gatos por meio de coleta clínica e anamnese detalhada. O diagnóstico molecular foi conduzido via RT-qPCR para SARS-CoV-2 e PCR convencional para os demais patógenos. Os resultados demonstraram uma alta taxa de coinfecções (68,45%), com a associação FHV-1 + M. felis significativamente correlacionada ao agravamento dos sinais clínicos respiratórios. A presença de espirros e secreção nasal foi observada em 90% dos animais sintomáticos, reforçando o impacto
clínico da URTD. O acesso à rua aumentou significativamente o risco de infecção, enquanto a imunodepressão por retrovírus (FIV e FeLV) também se mostrou um fator predisponente importante, especialmente considerando a elevada população de gatos portadores dessas viroses. Gatos não vacinados representaram 60% dos animais infectados por pelo menos um dos patógenos, evidenciando a necessidade de estratégias mais eficazes de imunização. A prevalência de SARS-CoV-2 foi baixa (0,83%), com apenas um animal positivo, sugerindo que, apesar do potencial risco zoonótico, a transmissão sustentada em felinos domésticos não parece ser significativa. Os achados deste estudo reforçam a necessidade de abordagens diagnósticas integradas e destacam a
importância do conceito One Health na compreensão das dinâmicas infecciosas entre felinos e humanos. Além disso, a alta frequência de coinfecções e a correlação com a gravidade clínica sugerem a necessidade de revisões nas estratégias terapêuticas e de manejo. Perspectivas futuras incluem estudos de sequenciamento genético dos agentes
envolvidos e o desenvolvimento de vacinas atualizadas com cepas circulantes de campo, visando aprimorar o controle da URTD e reduzir sua morbidade em populações felinas vulneráveis.[resumo fornecido pelo autor]
