Diferentes sítios de aplicação de azul patente para linfadenectomia dos ilíacos mediais em felinas com neoplasias mamárias

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Data
2025-11-14Autor
Almeida, Pâmela Garcia de
Orientador
Giordani, Claudia
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A neoplasia da glândula mamária é a terceira mais comum em felinos, representando aproximadamente 17% dos processos neoplásicos nessa espécie, sendo superada apenas pelos tumores hematopoiéticos e cutâneos. Diferente dos cães, os tumores mamários em gatos apresentam comportamento notoriamente mais agressivo, com estimativas que indicam malignidade em cerca de 80% dos casos. A faixa etária de ocorrência varia entre 9 meses e 23 anos, com média entre 10 e 12 anos, e o prognóstico é frequentemente reservado a ruim, representando um desafio clínico para o médico veterinário. Considerando a relevância do sistema linfático na disseminação tumoral, este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da técnica de marcação linfática com azul patente para identificação do linfonodo ilíaco medial em fêmeas felinas com neoplasia mamária, comparando dois sítios de aplicação do corante: intradérmico peritumoral (Grupo 1) e intrauterino (Grupo 2). Adicionalmente, buscou-se analisar a relação entre a coloração linfática e fatores como tipo histopatológico tumoral, estadiamento clínico e peso corporal, além de confeccionar material informativo destinado a tutores de gatas acometidas. Foram incluídas 16 gatas atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Feevale, submetidas à mastectomia radical unilateral, ovariohisterectomia e linfadenectomia bilateral dos linfonodos ilíacos mediais, com subsequente avaliação histopatológica. A coloração dos linfonodos no Grupo 1 foi de 57,1% e no Grupo 2, 33,3%, sem diferença significativa (p = 0,572). Também não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a coloração dos linfonodos e a presença de ulceração, estadiamento clínico ou peso corporal. A maioria das pacientes apresentou carcinoma tubular de mama grau II (50%) ou grau III (31,25%), e a histopatologia dos linfonodos revelou hiperplasia linfoide (100,00%), sem evidência de metástases. Contudo, observou-se um tempo cirúrgico significativamente menor no Grupo 1 (p = 0,017), sugerindo maior eficiência operatória com a técnica peritumoral. Conclui-se que a técnica de marcação com azul patente é viável e segura para a identificação do linfonodo ilíaco medial em gatas com neoplasia mamária, com potencial benefício no planejamento cirúrgico e estadiamento oncológico, sobretudo quando aplicada pela via intradérmica na mama abdominal caudal. São recomendados estudos adicionais com maior tamanho amostral e integração de métodos complementares de imagem para validação dos achados. [resumo fornecido pelo autor]
