Correlação entre a concentração dos linfócitos infiltrantes tumorais (TIL) no câncer de pulmão e a resposta à quimioterapia sistêmica : um estudo transversal
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Data
2025-12-06Autore
Tregnago, Aline Caldart
Orientador
Pasqualotto, Fábio Firmbach
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Introdução: O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) corresponde a aproximadamente 85% dos casos de câncer pulmonar. Apesar dos avanços terapêuticos, a sobrevida global permanece limitada, especialmente nos estágios mais avançados. Os linfócitos infiltrantes tumorais (TILs) emergiram como potenciais biomarcadores para prognóstico e resposta ao tratamento, dada sua associação com um microambiente imune ativo e melhores desfechos clínicos. No entanto, desafios como a padronização metodológica e a inconsistência nos pontos de corte de densidade limitam sua adoção clínica. Objetivo: Avaliar a relação entre a densidade de TILs, medida por coloração de hematoxilina-eosina (H&E), e a resposta à quimioterapia em pacientes com CPNPC em estádios III e IV acompanhados no serviço de oncologia torácica do UNACON-HGCS. Os objetivos específicos incluíram: (a) comparar as quantificações de TILs realizadas por diferentes patologistas para avaliar a reprodutibilidade interobservador; (b) avaliar a sobrevida global nos subgrupos definidos pela densidade de infiltrado linfocitário; (c) estabelecer um ponto de corte percentual de TILs clinicamente aplicável para fins prognóstico-preditivos; e (d) explorar a viabilidade da avaliação morfológica de TILs como ferramenta clínica em contextos com recursos limitados. Métodos: Este estudo transversal retrospectivo avaliou 51 pacientes com CPNPC em estágios III-V. O tamanho tumoral antes e após a quimioterapia foi registrado, e os TILs foram categorizados em três grupos de densidade. A análise de covariância (ANCOVA) examinou a associação entre a densidade de TILs e a variação de tamanho tumoral, ajustando para idade, sexo e estadiamento clínico. A confiabilidade interobservador foi avaliada utilizando o kappa de Cohen, o kappa de Fleiss e o alfa de Krippendorff. Resultados: Observou-se uma diferença significativa na variação de tamanho tumoral antes e após o tratamento entre os grupos de TILs, com médias de 0,52 cm (baixo), -2,42 cm (moderado) e -3,18 cm (alto). A ANCOVA confirmou uma forte associação entre a densidade de TILs e a resposta ao tratamento (F = 83,109; p < 0,001; n2 = 0,551), independentemente dos fatores de confusão. Tumores inicialmente menores também apresentaram maior redução (F = 10,347; p < 0,001). Observou-se uma forte correlação inversa entre a densidade de TILs e o tamanho tumoral pós-tratamento (r = -0,676; p < 0,001). Níveis mais elevados de TILs correlacionaram-se com melhor sobrevida global. A concordância interobservador foi substancial (kappa médio = 0,673), demonstrando a reprodutibilidade da avaliação de TILs baseada em H&E. Conclusões: A densidade de TILs, avaliada por coloração H&E, mostrou associação significativa com a resposta à quimioterapia e com a sobrevida global em pacientes com CPNPC avançado. A análise demonstrou boa reprodutibilidade entre observadores, confirmou o valor prognóstico dos TILs e permitiu propor um ponto de corte aplicável para estratificação clínica. Esses resultados apoiam o uso da quantificação de TILs baseada em H&E como uma ferramenta de baixo custo e reprodutível, potencialmente útil para identificar pacientes que possam se beneficiar da desintensificação do tratamento e de estratégias personalizadas, especialmente em sistemas onde a imunoterapia é inacessível. [resumo fornecido pelo autor]
