Aprendizagem, comunicação, liderança e comprometimento organizacional : um estudo no Grupo Beta
Zusammenfassung
A aprendizagem organizacional, embora possa ser classificada como um conceito multidisciplinar, neste estudo foi abordada sob a perspectiva de um agente de mudança comportamental e atitudinal, com vistas ao seu caráter dinâmico e integrador, de valorização à tendência de que as mudanças ocorram de forma contínua, no âmbito individual, grupal, organizacional, formal e informal. A comunicação é um processo que não pode ser considerado apenas como o ato de emitir e receber mensagens, em razão da complexidade da mente humana sustentar o processo. A comunicação organizacional constitui uma área vital nas empresas, que abrange o diálogo com os públicos internos e externos da organização. A liderança configura-se como uma interação entre dois ou mais membros de um grupo, onde ocasionalmente, se faz necessária a estruturação ou reestruturação de situação e de percepções e expectativas dos membros. O comprometimento organizacional está atrelado ao engajamento das pessoas, e os funcionários engajados costumam agir em linhas consistentes de atividades, o que denota seu comprometimento. Com base nisso, o objetivo desta dissertação foi verificar a relação entre aprendizagem organizacional, comunicação interna, liderança e comprometimento organizacional. Na lógica de um estudo de caso, o qual adotou a triangulação de dados e de fontes, esta dissertação foi guiada por uma abordagem mista, a primeira fase foi quantitativa exploratória, a segunda fase foi qualitativa descritiva, e os resultados foram analisados de forma conjunta, na terceira fase, em conjunto com documentos do grupo. A análise quantitativa, uni e multivariada, permitiu compreender quais fatores condizem com a literatura e qual convergem. O principal resultado denota a existência de uma comunicação verticalizada, com ausência de feedback e uso restrito de ferramentas de comunicação. O principal tipo de comprometimento encontrado foi o afiliativo, que remete ao sentimento de pertença que os funcionários têm para com a organização. A liderança, originalmente trabalhada como orientada ao relacionamento e ao tarefa mostrou-se agrupada e com uma boa confiabilidade interna. O tipo de aprendizagem que teve maior representatividade foi a de nível grupal, evidenciando a importância da comunicação e a liderança possuem no contexto organizacional. A análise qualitativa complementou e esclareceu os achados da primeira fase, onde foi possível explorar os principais motivos pelos quais a comunicação vertical é o modelo que mais explica uma análise de correlação, e a evidência de que a liderança está mais disposta a ouvir do que a falar (ausência de feedback). As limitações do estudo concentram-se em não ter sido realizada uma etapa qualitativa com os funcionários, o que ampliaria a compreensão acerca do cenário encontrado. Sugere-se que pesquisas futuras repliquem o estudo na lógica de pesquisa-ação, e que sejam consideradas as perspectivas teóricas da cultura organizacional e de governança corporativa.