Avaliação da função mitocondrial, do estresse oxidativo e da expressão de sirtuínas em células HEK-293 tratadas com proantocianidinas de semente de uva
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Date
2018-12-20Author
Rigotti, Marina
Orientador
Salvador, Mirian
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A uva possui uma quantidade abundante de proantocianidinas, as quais se encontram localizadas principalmente em sua semente. Estudos têm demonstrado que as proantocianidinas da semente de uva atuam na diminuição do estresse oxidativo e da inflamação e, ainda, na modulação da disfunção mitocondrial. No entanto, não se sabe ao certo o mecanismo pelo qual as proantocianidinas promovem estes efeitos. Respostas ao estresse gerado pela mitocondria e a atividade dos complexos da cadeia transportadora de elétrons podem ser coordenados por uma família de proteínas chamada sirtuínas. Desta forma, as sirtuínas são um alvo terapêutico importante em doenças que possuem em sua fisiopatologia a disfunção mitocondrial, tais como o câncer, doenças neurodegenerativas (Parkinson e Alzheimer), aterosclerose e diabetes. Neste intuito, os produtos naturais emergem como uma estratégia para modular o estresse oxidativo e a disfunção mitocondrial. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade das proantocianidinas da semente de uva em modular os efeitos do H2O2 quanto ao estresse oxidativo, a função mitocondrial, a apoptose e a expressão da sirtuína 1 e da sirtuína 3 em células embrionárias de rim humano HEK-293. Para os testes, as células HEK-293 foram tratadas com diferentes concentrações de proantocianidinas (25, 50 e 100 µg/ml) por 30 minutos, seguida por um tratamento por 24 horas com o H2O2 (100µM), um conhecido indutor de dano oxidativo celular. Os resultados mostraram que o tratamento com proantocianidinas foi capaz de prevenir a morte celular e a ocorrência do dano oxidativo a lipídios e proteínas em células HEK-293. As proantocianidinas também evitaram a
depleção da atividade da enzima antioxidante superóxido dismutase, causada pelo H2O2. A atividade da cadeia de transporte de elétrons mitocondrial (complexos I, III, IV), bem
como a expressão da subunidade 7 do complexo I mitocondrial e os níveis de ATP, que haviam sido diminuídos pelo H2O2, foram preservados com o tratamento com proantocianidinas. Para o complexo II, as proantocianidinas diminuíram sua atividade, que havia sofrido um aumento com o tratamento com o H2O2. As proantocianidinas também preveniram a ocorrência de apoptose induzida pelo H2O2, via diminuição da expressão das proteínas PARP, p53 e BAX. A expressão das sirtuínas 1 e 3 também foi modulada com o tratamento com proantocianidinas, através do aumento da expressão da sirtuína 1 e diminuição da expressão da sirtuína 3. Estes dados demonstram que as proantocianidinas são moléculas capazes de reduzir o estresse oxidativo, a disfunção mitocondrial e a apoptose em células HEK-293. A modulação destes marcadores ocorreu em virtude do aumento da expressão da sirtuína 1 pelas proantocianidinas, demostrada pela primeira vezem nosso trabalho [resumo fornecido pelo autor].