Avaliação do potencial antagônico de isolados de Bacillus spp. no controle de fungos fitopatogênicos, causadores de podridões no período pós-colheita da maçã
Date
2014-05-29Author
Pagno, Roberta Soldatelli
Orientador
Ribeiro, Rute Terezinha da Silva
Metadata
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A cultura da maçã tem se tornado uma das principais bases da economia dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo o primeiro o maior produtor da fruta no Brasil. A ampliação da demanda nas últimas décadas tem como principal motivo o aumento da exportação. Para isso, é necessário manter a qualidade da fruta desde o plantio até a chegada no mercado consumidor. As doenças pós-colheita são responsáveis por perdas significativas na produção, principalmente as causadas pelos fungos Alternaria sp., Botrytis sp. e Penicillium sp.. Com a finalidade de combater infecções, fungicidas químicos são muito utilizados, mas os riscos de contaminação humana, ambiental e a seleção de linhagens resistentes de fitopatógenos têm levado ao desenvolvimento e emprego de novas alternativas. Entre elas, o controle biológico tem merecido destaque devido à descoberta de vários micro-organismos capazes de inibir o crescimento de fungos fitopatogênicos, entre os quais, algumas bactérias do gênero Bacillus. A produção de metabólitos com atividade antifúngica e a capacidade de resistência a vários tipos de estresses, são características que fazem deste tipo de micro-organismo um promissor agente de controle biológico. Com base no que foi exposto, o presente estudo teve como objetivo principal fazer uma avaliação do potencial antagonista de isolados de Bacillus spp., obtidos de amostras de solo, contra fungos causadores de podridão no período pós-colheita da maçã. Os fungos foram isolados de maçãs recém-colhidas. Com a finalidade de selecionar isolados com melhor atividade antagonista, realizaram-se testes de antagonismo in vitro, com destaque para dois isolados de Bacillus F62 e FR2B2, que inibiram o crescimento micelial dos três fungos avaliados Alternaria sp., Botrytis sp. e Penicillium sp.. Também foi avaliada a estabilidade térmica dos metabólitos produzidos por estes isolados, no qual somente o(s) metabólito(s) do isolado F62 manteram a sua atividade, inibindo o crescimento micelial dos três fungos. A avaliação do antagonismo in vivo demonstrou que somente o caldo de cultura foi capaz de inibir o desenvolvimento de lesões, além de confirmar que o armazenamento das frutas a 0°C retarda o crescimento fúngico. A análise das proteínas por SDS-PAGE revelou a presença de proteínas somente no caldo de cultura não autoclavado, indicando que a inibição do desenvolvimento dos fungos pode ter ocorrido por moléculas protéicas e não protéicas, visto que os dois tipos de caldo foram eficientes na inibição dos fungos alvo.