Universidades empreendedoras e ambientes de inovação: uma proposta de sustentabilidade econômica para o ensino superior
Fecha
2019-05-23Autor
Chais, Cassiane
Orientador
Larentis, Fabiano
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As universidades passaram por revoluções, mudando seu foco do ensino para a pesquisa e, posteriormente, da pesquisa para o empreendedorismo. Essas revoluções acabaram fazendo do empreendedorismo a mais nova missão dessas instituições. Nesse cenário, os ambientes de inovação transformam-se impulsionadores de uma cultura voltada para o conhecimento que gera inovação e fomenta o empreendedorismo. Surge, assim, a preocupação de que essas instituições sejam sustentáveis, já que muitas delas são públicas e filantrópicas e mantidas economicamente somente com custeio do governo. Diante disso, esta tese investigou de que forma os ambientes de inovação, por meio dos parques científicos e tecnológicos, podem auxiliar na sustentabilidade econômica das universidades empreendedoras. Para isso, foram utilizadas como casos quatro universidades brasileiras: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ranqueadas pelo Times Higher Education (THE), pelo World University Ranking (QS), pelo Ranking Universitário Folha (RUF) e pelo Ranking Nacional de Universidades Empreendedoras de 2016 como as três melhores instituições do Brasil, e mais um caso por conveniência, a Universidade Feevale. Além das instituições brasileiras, foi incluído um caso internacional, o Tecnológico de Monterrey, por ser a única instituição da América Latina ranqueada no Princeton Review, um ranking que avalia universidades empreendedoras nos Estados Unidos. As questões éticas deste estudo foram atendidas com base na Resolução n.º 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, gerando a aprovação do projeto desta tese pelo Comitê de Ética da Universidade de Caxias do Sul. Guiada pelas abordagens teóricas da universidade empreendedora, dos ambientes de inovação e da sustentabilidade, esta tese se centrou, ontologicamente, na interação sujeito-objeto e, epistemologicamente, no construtivismo, utilizando o paradigma fenomenológico com abordagem qualitativa e método de estudo de casos múltiplos de forma integrada com base em duas unidades de análise. Na etapa de coleta de dados, foram realizadas 18 entrevistas in loco, com auxílio de instrumento semiestruturado. Na técnica de observação não participante, realizou-se a coleta de informações em todos os ambientes visitados por meio de diário de campo. A coleta de fontes documentais foi efetuada a partir de documentos entregues pelos entrevistados, de artigos publicados, dos rankings analisados e dos relatórios e sites das instituições. Essas três fontes de coleta fazem parte da triangulação dos dados. Após essa fase, os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, que possibilitou elencar seis a posteriori, totalizando 11 categorias no estudo. Para o tratamento dos dados, foi utilizado o software NVivo® versão 11. Os achados originaram um mapa para cada uma das instituições, que permite a identificação da contribuição das universidades empreendedoras e dos ambientes de inovação para a sustentabilidade dessas universidades. Além disso, os resultados permitiram a proposição de um framework contendo as relações indicadas a partir da investigação realizada. Constatou-se, ainda, que, para que os ambientes de inovação possam contribuir para a sustentabilidade econômica das universidades, a gestão universitária deve ser encarada como elemento integrador para promover a cultura empreendedora, assim como possuir legislações que agilizem o processo de inovação, que intensifiquem as relações entre ambientes de inovação e universidade e que liderem a tríplice hélice, tendo como missão, acima de tudo, educar, pesquisar e empreender.