Movimentos de ensinar e aprender matemática em convivência
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Data
2019-11-12Autor
Giron, Graziela Rossetto
Orientador
Soares, Eliana Maria do Sacramento
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta Tese, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul, emergiu de uma experiência que teve como foco cartografar o fluir de uma professora (que também foi a pesquisadora) e seus alunos convivendo sob o enfoque teórico da Biologia do Conhecer. Esse movimento cartográfico revelou dinâmicas pedagógicas, pistas, possibilidades, entendidas como processualidades, com potencial de desencadear convivências que favoreceram a construção dos conceitos matemáticos (mais especificamente os relacionados à geometria). A opção de utilizar a Biologia do Conhecer como referencial teórico deve-se, principalmente, ao fato de acreditarmos que a mesma oferece instrumentos
conceituais que podem auxiliar a repensar e propor alternativas de renovação para os processos de ensinar e aprender matemática, baseados na transformação dos sujeitos envolvidos. A escolha da Cartografia como método teve como propósito perceber, de forma mais ampla, a experiência de convivência que se desenvolveu num Nicho de Aprendizagem Matemática, buscando, assim, clarificar a dinamicidade do percurso e contemplando diferentes aspectos. O foco do estudo dessa pesquisa constituiu-se no mapeamento e na compreensão das transformações/aprendizagens que ocorreram no cotidiano de uma turma de oito (08) alunos do 8º ano do Ensino Fundamental convivendo, semanalmente, com a professora de matemática numa escola municipal de Caxias do Sul/RS, durante os meses de agosto a novembro de 2017. Essa convivência foi permeada por dinâmicas pedagógicas que emergiram da exploração do Minecraft, um software educativo que propicia o desenvolvimento da autonomia, da criticidade, da criatividade e das percepções matemáticas espaciais. O cartografar dessa experiência de convivência possibilitou evidenciar vários elementos que podem se constituir em processualidades para enriquecer a aprendizagem dos conceitos matemáticos, entre eles: a importância dos processos de ensinar e aprender matemática estarem apoiados em dinâmicas que favoreçam a cocriação pedagógica, a conversação (conversar com emoção), o conviver (estar junto com legitimidade), a escuta atenta (abrir-se para ouvir sem julgamentos ou pré-conceitos), o acoplamento, bem como o
“respeito e aceitação do outro como legítimo outro”. Também foi possível evidenciar a importância do(a) professor(a) e alunos se perceberem como “parceiros de aprendizagem”, isto é, pessoas compartilhando saberes, experimentando diferentes formas de ser, de viver, de ensinar e de aprender, transformando e sendo transformados, por meio da convivência. Tratase da emergência de uma outra maneira de enxergar e de entender os processos de ensinar e aprender: a Pedagogia do Conviver. Essa proposição educativa intenciona romper com os moldes convencionais de ensino, pois parte da ideia de que não existe nada a priori que precise ser feito para que ocorra a aprendizagem; ao invés disso, pressupõe o acolhimento e a valorização de tudo o que emerge da convivência, visando a desencadear dinâmicas pedagógicas que poderão levar a complexificação do pensamento matemático.