Processos de alfabetização em livros didáticos de 1º e 2º anos do ensino fundamental - PNLD 2019
Fecha
2020-01-27Autor
Zanolla, Taciana
Orientador
Ramos, Flávia Brocchetto
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta dissertação insere-se no contexto de questionamento sobre práticas escolares no sistema educacional brasileiro, cujos resultados, considerados insatisfatórios, se verificam nas salas de aula e em avaliações de larga escala, como PISA e SAEB. Problematizam-se aqui as propostas de atividade e orientações ao professor presentes em livros didáticos de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, aprovados no PNLD 2019. O objetivo é analisar processos alfabetizadores descritos em manuais do professor da coleção Ápis Língua Portuguesa, essa a mais utilizada na Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Considerando as diretrizes pedagógicas e habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular e pressupostos teóricos da educação e da aprendizagem de leitura e escrita, pergunta-se como orientações e propostas de trabalho dos livros didáticos referidos exercem sua função mediadora da alfabetização, buscando estabelecer contribuições e limites desse material nos processos em questão. Utiliza-se a perspectiva teórica de Soares (2004, 2006, 2016, 2017) para examinar os processos alfabetizadores, considerados enquanto propostas utilizadas para ensinar a ler e a escrever, de forma associada ao letramento, contemplando suas especificidades. A concepção de ensino mediado pelo professor sustenta-se nas contribuições de Vygotsky (1989, 2001, 2008). O método utilizado na investigação caracteriza-se como uma abordagem exploratória alicerçada em pesquisa documental e bibliográfica, de caráter analítico e natureza qualitativa. Foram analisadas as orientações ao professor e as propostas apresentadas em manuais do professor da coleção, utilizando princípios da análise de conteúdo de Bardin (2016). A análise sinaliza aproximações aos livros didáticos de Língua Portuguesa em uso, enquanto produto cultural e parte da cultura escolar estabelecida, indicando que os volumes em análise se aproximam a boa parte dos livros didáticos em uso no País, tanto em suas qualidades quanto em suas lacunas. Observa-se que um material didático não substitui o professor em sua função de estabelecer diagnóstico e de propor estratégias que oportunizem aprendizagem. A pesquisa evidenciou que os livros didáticos analisados têm potencial para contribuir em diversos aspectos, mas também precisam ser adequados e sanados em suas lacunas, pelo docente. Portanto, as demandas seguem relacionadas ao professor e aos conhecimentos que lhe possibilitam fazer escolhas adequadas ao processo e às necessidades de seus alfabetizandos.