"A vida", "O balão" e "O pássaro": análise de uma política de formação de leitores na perspectiva inclusiva
Datum
2020-02-10Autor
Real, Daniela Corte
Orientador
Ramos, Flávia Brocchetto
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
Esta Tese tem como objetivo analisar a materialidade dos acervos e o uso do PNBE, a partir da Análise Dialógica do Discurso (ADD), de Bakhtin, com a finalidade de propor indicadores de acessibilidade, que pudessem auxiliar o desenvolvimento e a implementação de políticas de leitura, na perspectiva inclusiva. Organizada em três partes, a partir da utilização da metáfora da viagem de balão, foi preciso definir como viajar e, nesse sentido, posso dizer que a viagem de balão é do tipo qualitativa, porque admite a interferência da viajante/pesquisadora e considera a existência de múltiplas realidades. (JUNG, 2004). Na Parte I – “A Vida” me apresento, introduzo algumas questões em relação ao uso da literatura infantojuvenil em sala de aula e trago conceitos importantes de Bakhtin (2010, 2007, 2004), que ancoram a discussão teórica como: comunidade linguística, linguagem, locutor, receptor, diálogo, dialogismo, polifonia, enunciado, enunciação, vontade discursiva, atitude responsiva, interação e cultura. Em “O Balão” (Parte II), defino conceitos como: acessibilidade, perspectiva inclusiva, políticas públicas e políticas públicas para a formação de leitores; busco contextualizar o Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE; apresento o locus da pesquisa (quatro escolas localizadas em Caxias do Sul pertencentes à 4ª Coordenadoria Regional de Educação – 4ª CRE, sendo uma escola especial e três regulares; as passageiras (professoras que trabalham com a formação de leitores literários, que estão lotadas nas bibliotecas escolares e professoras do Atendimento Educacional Especializado/AEE, 10 ao todo); e o roteiro de perguntas – delineamento metodológico; descrevo e analiso as situações de enunciação e sistematizo os novos mapas de voo encontrados a partir da ADD, sem perder de vista que a formação de leitores literários, na perspectiva inclusiva, orientou minhas leituras. Ao trazer “O Pássaro” (Parte III), arrisco considerações finais como: a necessidade de estabelecimento de diretrizes de corresponsabilidade e coparcerias entre os diferentes atores sociais, para a implementação das políticas públicas à formação de leitores no País com maior eficiência; o desenvolvimento de ações com vistas à qualificação dos professores e profissionais das bibliotecas, entre outros, para a mediação da literatura infantojuvenil, numa perspectiva dialógica e inclusiva; e a realização de pesquisas para o mapeamento e diagnóstico das políticas públicas para a formação de leitores no Brasil na perspectiva inclusiva. E trago algumas questões que podem encaminhar a continuidade e/ou os desdobramentos desta viagem/pesquisa. Questões que desassossegam, que motivam e causam estranhamento, como: a morte do leitor; o entendimento de acessível, mas não disponível; e a INvisibilidade do PNBE.