A obesidade é uma doença crônica não transmissível de difícil tratamento, associada a padrões comportamentais, ambientais e genéticos. As mudanças socioeconômicas advindas da segunda guerra mundial contribuíram para que tal patologia deslanchasse nas últimas décadas, em especial na infância, considerando-a atualmente, uma epidemia mundial infrene, acometendo mais de 18 milhões crianças no mundo. Portanto, para melhor entender o objetivo deste trabalho, procurou-se primeiramente conceituar a obesidade e a obesidade infantil informando dados sociais e epidemiológicos e, também, contextualizar os fundamentos básicos da terapia cognitivo comportamental e investigar as intervenções desta abordagem no tratamento da obesidade infantil, priorizando um possível entendimento da questão à luz da teoria cognitivo comportamental. O método escolhido é baseado em um delineamento qualitativo, de cunho exploratório e interpretativo. Como fonte de análise utilizou-se o documentário: "Muito Além do Peso" dirigido por Estela Renner, produzido por Marcos Nisti, Juliana Borges e patrocinado pelo Instituto Alana (2012). Muito Além do Peso mergulha no tema da obesidade infantil ao discutir por que 33% das crianças brasileiras pesam mais do que deviam. As respostas envolvem a indústria, a publicidade, o governo e a sociedade de modo geral, com histórias reais e alarmantes. Ademais, os dados coletados foram organizados em forma de tabela, a partir da definição à posteriori das categorias de análise, que são: conceituação da obesidade, conceituação da obesidade infantil, fundamentos da terapia cognitivo comportamental e intervenções da terapia cognitivo comportamental no tratamento da obesidade infantil. Com base nestas informações, buscou-se analisar os conteúdos presentes neste trabalho e percebeu-se que a obesidade infantil está fortemente relacionada aos padrões comportamentais de seus responsáveis e a padrões sociais. O repasse abusivo de propagandas de alimentos hipercalóricos, afloram o imaginário das crianças, refletindo em comportamentos compulsórios de ingestão destes alimentos. Compreende-se, também, que os ambientes familiar, escolar e social são determinantes no combate da obesidade infantil ou impulsionadores da continuidade em tal patologia. Durante a construção deste trabalho foi possível perceber que é indispensável o tratamento multidisciplinar, envolvendo o trabalho de psicólogo, nutricionista, pediatra, educador físico, entre outros, compreendendo que o tratamento da obesidade infantil exige muita persistência profissional e familiar, visto que a mudança comportamental deve ser aderida e continuada por todos os membros do sistema familiar (sic).