Meu chefe é um algoritmo: o efeito da confiança entre motorista e a plataforma de economia compartilhada Uber, um estudo de caso na cidade de Caxias do Sul-RS
Fecha
2020-06-30Autor
Silva, Daniel Faturi e
Orientador
Macke, Janaina
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A economia compartilhada se consolida na atualidade como um novo modelo de negócio que
vêm transformando a maneira de interação, negociação e relações de trabalho. Para o
desenvolvimento do estudo, explorou-se a plataforma de caronas compartilhada Uber, que atua no modelo peer-to-peer pela representatividade e alcance que possui no cenário atual da sociedade, gerando discussões em diferentes esferas, inclusive o nascimento do termo “Uberização” para classificar relações que derivam deste modelo de negócio. O estudo teve como objetivo principal analisar as relações de confiança em um modelo de economia
compartilhada peer-to-peer. A confiança neste contexto foi escolhida para nortear a proposta
do estudo, por ser um construto possível de medir e analisar em um ambiente de vínculo entre o motorista (trabalhador) e a plataforma (chefe algoritmo). A metodologia empregada foi caráter exploratório-descritivo, com a utilização de método misto, utilizando na parte quantitativa um questionário survey abordando três fatores de confiança (habilidade, benevolência e integridade) aplicada aos motoristas. Na etapa qualitativa foram aplicadas
entrevistas semiestruturadas em profundidade com motoristas previamente selecionados e o autor desenvolveu um diário de campo aplicando a técnica de observação participante, em que atuou por um determinado período como motorista cadastrado da plataforma Uber. Os resultados alcançados trouxeram por meio dos três métodos empregados, as percepções dos motoristas da cidade de Caxias do Sul-RS sobre a confiança que depositam diariamente na rotina de trabalho na plataforma da empresa Uber. Os construtos habilidade e integridade obtiveram nível de confiança alto, por tratarem de questões de competência e ética, enquanto a benevolência em média trouxe nível de confiança baixo, por tratar de questões sobre bem-estar e o sistema de avaliação, itens que foram comprovados neste estudo como críticos na relação
entre o trabalhador e seu “chefe algoritmo”. Com as análises retiradas da triangulação entre métodos, foi possível trazer as contribuições teóricas e gerenciais que visam amparar estudos futuros e nas ações de organizações que atuem no mesmo modelo de negócio ou semelhante, que podem utilizar para melhorar a sensação de confiança, importante fator de sucesso organizacional ao longo dos tempos.