A presente pesquisa tem como tema a pulsão escópica e o corpo feminino. Cada vez mais é comum na sociedade contemporânea, o olhar como uma das formas de expressão da sexualidade. Ressalta-se que a pulsão escópica não encontra a mesma sustentação que as pulsões oral e anal. Não há fase escópica no desenvolvimento libidinal freudiano, pois essa é constituinte da libido, do próprio sujeito, assim a pulsão escópica é paradigmática da pulsão sexual. Paralelamente a isso, o corpo feminino é frequentemente um dos objetos da pulsão escópica. Considerando estes fenômenos, surgiu o interesse de conduzir uma investigação a partir dos pressupostos da Psicanálise freudiana, com o objetivo de identificar possíveis relações entre a pulsão escópica e o corpo feminino. Deste modo, pretende-se caracterizar a pulsão escópica; descrever sobre o corpo em Psicanálise, em especial o corpo feminino; caracterizar o feminino no imaginário psíquico e social, à luz da perspectiva psicanalítica. Para a realização deste estudo, buscou-se uma base teórica capaz de fornecer os subsídios necessários para uma pesquisa qualitativa. Utilizou-se a análise de conteúdo a partir do artefato cultural, o filme "Beleza Americana", que retrata o cotidiano de um homem de 42 anos de idade, insatisfeito com seu emprego, com sua relação familiar e conjugal. No filme, é possível acompanhar os movimentos por parte do personagem, em encontrar formas de amenizar seu desamparo diante das atuais frustrações em sua vida: buscar alguma satisfação sexual a partir da pulsão escópica e do olhar para o objeto de desejo, assim como lidar com a falta, a incompletude, e a castração que o feminino lhe impõe. Há um jogo entre: seu sentimento de fracasso e insatisfação, o olhar para si mesmo, o olhar que vem do outro, e por fim as fantasias em relação ao outro como objeto de desejo. Desta forma, estes aspectos foram elencados como as possíveis categorias de análise, entendendo-se ser possível apresentar uma discussão capaz de responder ao problema de pesquisa (sic).