Marcas de subjetividade em editoriais: uma perspectiva benvenistiana de análise
Fecha
2020-12-04Autor
Alves, Jose Maia
Orientador
Niederauer, Carina Maria Melchiors
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Esta dissertação propõe a análise enunciativa de marcas de subjetividade presentes em editoriais dos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo veiculados durante o período da campanha eleitoral presidencial brasileira de 2018. Para isso, faz uma revisão de estudos enunciativos de Émile Benveniste, com ênfase nos artigos "Estrutura das relações de pessoa no verbo", "A natureza dos pronomes", "Da subjetividade na linguagem", "A linguagem e a experiência humana" e "O aparelho formal da enunciação", publicados nos dois volumes dos Problemas de Linguística Geral (1989, 1995), buscando referência no que os estudiosos da linguística enunciativa chamam de Teoria da Enunciação e nos conceitos de categoria de pessoa, categoria de tempo, categoria de espaço, marcas de subjetividade na língua, aparelho formal da língua, índices específicos e procedimentos acessórios, além de contar com a contribuição de estudos de pesquisadores brasileiros que têm se dedicado à obra benvenistiana, entre os quais Flores (2005, 2009, 2013, 2016, 2017, 2018, 2019); Teixeira (2012, 2013); Toldo (2016, 2017, 2018); e Silva (2018). Considerando o caráter indissociável do homem e da linguagem na obra de Benveniste, o estudo demonstra as contribuições da Teoria Enunciativa na análise de marcas de subjetividade em um discurso no qual o sujeito enuncia em nome de outrem e está condicionado a regras tanto da empresa jornalística quanto àquelas que se referem à legislação específica do período de campanha eleitoral. A fim de traçar um panorama do discurso jornalístico, do editorial e do papel do editorialista diante da língua, a pesquisa também analisa os manuais de redação publicados pelos jornais que constituem o corpus e as normas que regulamentam as publicações na imprensa escrita em período de campanha eleitoral. Com base nos pressupostos benvenistianos, conclui-se que as marcas de subjetividade podem ser evidenciadas nos editoriais analisados tanto por meio de índices específicos, que incluem as categorias de pessoa, tempo e espaço; quanto por meio de procedimentos acessórios, entre os quais os termos e aparelho de funções que indicam uma relação intersubjetiva considerada da perspectiva de quem enuncia, buscando influenciar o comportamento do alocutário[resumo fornecido pelo autor].