Processo de escolarização em Antônio Prado - RS (1886-1920) : culturas e sujeitos
Fecha
2020-12-03Autor
Bernardi, Manuela Ciconetto
Orientador
Luchese, Terciane Ângela
Metadatos
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A presente dissertação narra o processo de escolarização na localidade de Antônio Prado - RS - entre os anos de 1886 a 1920. O estudo é vinculado à Linha de Pesquisa História e Filosofia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O recorte temporal inicial, 1886, refere-se a criação da colônia e estabelecimento dos primeiros imigrantes, enquanto 1920 corresponde ao início das atividades escolares dos Irmãos Maristas, por se tratar de uma outra etapa no processo escolar do município. Os pressupostos teórico-metodológicos que orientam a pesquisa advêm da História Cultural e da História da Educação, a partir das contribuições de Certeau (1982, 1995), Febvre (1989), Le Goff (1990a, 1990b), Burke (1992, 2004, 2008), Chartier (1991a, 1991b, 2002a, 2002b, 2009, 2019) e Hall (2006) para a compreensão da investigação histórica-documental, dos sujeitos e das representações; enquanto o entendimento de culturas escolares, práticas e modos de escolarização baseia-se em Viñao Frago (1993, 1995, 2000 e 2005), Viñao Frago e Escolano (1998), Julia (2001), Faria Filho (2002, 2008), além de pesquisadores que dialogam com a temática proposta. As categorias analisadas foram culturas escolares, sujeitos, práticas e representações. Metodologicamente, a investigação apoiou-se na análise documental e os documentos utilizados provêm dos seguintes acervos: Arquivo Histórico de Antônio Prado, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, Museu Padre Schio, jornais da Hemeroteca Digital, sendo os principais A Federação, Stafetta, Il Colono e Panorama Pradense, jornal local de Antônio Prado e também relatórios consulares e bibliografias que abordam a temática na localidade. A pesquisa realizada permitiu o entendimento da emergência do ensino, realizado predominantemente pelas famílias - por meio da educação familiar -, concomitante emergem aulas particulares e subvencionadas pelo Governo Italiano, além da presença de um Colégio mantido por uma instituição religiosa. No que se refere ao ensino público, até a emancipação do município em 1899, ele contava com até três aulas quando ocorre expansão, todavia até 1912 não há mudanças permanentes, mas rodízio de professores, criação, estabelecimento e deslocamento das aulas frequentemente. A situação muda com a emergência do Decreto Estadual nº 1895/1912 que forneceu subsídios para a escolarização pública do interior que atingisse sujeitos de origem estrangeira, assim até 1920 quadriplicam as aulas no local e as escolas públicas se caracterizam como a base da escolarização do município. No que tange aos sujeitos, foi possível verificar inúmeras iniciativas realizadas pela comunidade, ademais, pela medição da taxa de alfabetização, conclui-se que em sua maioria possuíam algum nível de alfabetização e atuaram no desenvolvimento da escolarização da localidade. Os indícios também mostraram que existiam muitas diferenças a depender da modalidade de escolarização e do local no qual a escola estava situada, refletindo nas práticas, que no caso das escolas públicas - mais discutidas em virtude da documentação disponível - foi apoiada na disciplina, ordem e adoção de valores, marcando as culturas de cada aula, discutidas em diálogo com o contexto e os elementos que as compõem [ resumo fornecido pelo autor].