Concepções historiográficas e ensino de História: representações das práticas docentes (Caxias do Sul/RS: 1997-2019)
Fecha
2020-12-19Autor
Freitas, Aline Marques de
Orientador
Rela, Eliana
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Essa pesquisa se desenvolveu junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul, vinculada a Linha História e Filosofia da Educação. O estudo investiga representações que os professores constroem sobre suas práticas de ensino-aprendizagem de História, correlacionando com as concepções historiográficas, no contexto da rede municipal de educação de Caxias do Sul (RS), entre os anos de 1997 e 2019. O recorte temporal é justificado pela vigência dos Parâmetros Curriculares Nacionais, instituídos em 1997, até estabelecimento da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) na rede municipal de educação em Caxias do Sul. A pesquisa, no campo da História da Educação, apoiada no referencial teórico da História Cultural, teve como objetivo descrever e analisar as representações dos professores sobre suas práticas, principalmente no que se refere às concepções historiográficas que emergem a partir dessas representações (CHARTIER, 1988, 2011). A análise das práticas como uma criação do professor entre seus saberes (TARDIF, 2007) e suas estratégias e táticas (CERTEAU, 1994) foi entendida como um trabalho de um intelectual mediador (GOMES; HANSEN, 2016). A empiria foi construída a partir de dois procedimentos: questionário on-line e entrevistas em profundidade. O questionário foi respondido por vinte e três professores. As entrevistas em profundidade foram realizadas com cinco professores, seguindo a metodologia da História Oral (ALBERTI, 2004; ERRANTE, 2000). A empiria foi analisada (MORAES e GALIAZZI, 2013; MORAES, 2003) na relação com as concepções historiográficas, por suas aproximações semânticas, considerando que o professor possui um saber argumentativo (TARDIF, 2007) que se desenvolve na atividade discursiva, validado por operações linguísticas, que implica um outro e passa por acordos comunicacionais dentro da comunidade de discussão. Por isso, para essa análise foi preciso descrever como as concepções historiográficas são entendidas pelos professores, bem como quais as relações que elas possuem com os múltiplos objetos de trabalho do professor. Os professores de História se representam como materialistas, mesmo que concordem com as concepções da Nova História, mantendo uma relação de alteridade com as concepções positivistas. No geral, sua formação escolar, representada como alinhada às concepções positivistas, forma o conjunto de saberes do que não querem reproduzir. A sua formação profissional é representada como ligada às concepções materialistas e isso se expressa na sua argumentação conceitual. Trabalham com documentos prescritivos mais alinhados à renovação historiográfica e isso se manifesta nas suas práticas, entendidas como lúdicas, e não na sua potência de construção de conhecimento. Os professores mediam nas suas práticas seus saberes, da qual fazem parte as concepções historiográficas, não entendidas nas suas "caixas" teóricas e sim amparando as suas escolhas conforme podem ser adequadas às finalidades educativas pretendidas [resumo fornecido pelo autor].