Horizontes da complexidade: a religação dos saberes cuidado de si e autoética como contribuição à atuação docente
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Date
2021-03-01Author
Soave, Cláudia
Orientador
Rosa, Geraldo Antônio da
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As implicações da biopolítica se caracterizam pela capilaridade de um modus operandi que, de certa forma, se converte na sociedade, como uma maneira de viver condicionada às relações de poder-saber, apreendidas do sistema político-econômico e do mercado, como lugar de competição, e se desdobram na atuação docente. Para mudar esta lógica, outros saberes precisam ser incorporados à educação, bem como à atuação docente. Desse modo questiona-se: Como a religação dos saberes cuidado de si e autoética pode contribuir para uma atuação docente que, para além da biopolítica, possa se inspirar em possíveis horizontes da educação na complexidade? Como objetivo geral, pretende-se propor a religação dos saberes cuidado de si e autoética, como contribuição para uma atuação docente que, para além das implicações da biopolítica, possa se inspirar em possíveis horizontes da educação na complexidade. Os objetivos específicos visam a: refletir a atuação docente, a partir de perspectivas teóricas da educação na complexidade e da biopolítica; analisar implicações da biopolítica na atuação docente; apresentar a religação dos saberes cuidado de si e autoética como contribuição para a atuação docente, em possíveis horizontes da educação na complexidade. O percurso epistemológico caracteriza-se como pesquisa de abordagem complexa, valendo-se da análise qualitativa, com o auxílio de dados quantitativos, inter-relacionando-se com a perspectiva teórica de Edgar Morin e de Michel Foucault, projetados à análise de uma amostra de 33 docentes de uma instituição pública e federal, por meio da análise textual discursiva. Os principais resultados demonstram, teoricamente, que a relação-poder saber e a assepsia daquilo que não é produtivo, bem como a desumanização dos saberes e a fragmentação dos saberes implicam a atuação docente. Pela experiência dos professores, essas implicações ficam evidentes, de tal maneira que as exigências ao desempenho geram pressões e cobranças tanto externas (sociedade de modo geral) quanto internas (autocobrança), falta de tempo e excesso de atividades, que desencadeiam a exploração de si mesmo. Além disso, há o sentimento de pouca valorização diante da complexidade da profissão. Assim, a religação do cuidado de si com a autoética traz outras perspectivas para além da biopolítica que, inspirada em possíveis horizontes da complexidade, contribui com saberes a serem incorporados à formação inicial e continuada dos docentes, conectando um conjunto de significados e sentidos presentes nas duas concepções teóricas. Inspirada pela metáfora da flor-de-lótus, devido ao seu potencial de crescimento e manutenção da vida em meio ambiente inóspito e incerto, essa ampliação do olhar contribui cientificamente para a transição entre o paradigma da simplificação e o paradigma da complexidade. Socialmente, traz perspectivas de uma atuação docente voltada à própria dimensão ética, cujos vínculos se estabeleçam com a sociedade, principalmente após pandemia pelo Covid-19, que requer outros modos de viver, para superar tantas desigualdades educacionais, sanitárias, econômicas, sociais, ambientais, entre outras [resumo fornecido pelo autor].