Influência do processo de polimento com mídias abrasivas em fresas de metal duro na usinagem do aço AISI P20
Abstract
Em usinagem, a condição dos gumes das ferramentas tem elevada influência nos resultados obtidos do processo, sabendo que depois da fabricação da cunha o gume pode apresentar defeitos. Em função disto, este trabalho estudou o efeito do tratamento de gume gerado pelo processo de escovamento com esponjas abrasivas em fresas de metal duro de topo reto, pois este tratamento é uma alternativa que pode preparar o gume, reduzindo ou eliminando defeitos, reforçando o mesmo e aumentando a vida útil da ferramenta. Os escovamentos dos gumes das fresas foram realizados através do processo de escovamento utilizado pelo grupo de usinagem (GUS) da Universidade de Caxias do Sul (UCS), que ocorreu com discos de esponjas abrasivas
rígidas. Para avaliar os resultados dos escovamentos, os gumes das fresas foram analisados qualitativamente através de imagens obtidas por microscopia ótica e quantitativamente por medições de rugosidade realizadas na região do flanco, próximas ao gume principal. Após a análise dos gumes, duas das três fresas escovadas foram testadas em usinagem no aço AISI
P20. Durante os testes, foram realizadas pausas para verificar os tipos de desgastes que ocorriam e os mecanismos de desgaste causadores dos mesmos, além de medir o desgaste de flanco VBmax de cada gume. Este procedimento aconteceu até que o desgaste atingisse o fim de vida pré-determinado de VBmax = 0,2 mm. A qualidade das superfícies geradas pelas fresas também foram avaliadas, para estas análises foram realizadas imagens de textura das superfícies e medições de rugosidades. As variáveis avaliadas das fresas polidas por esponjas rígidas, tanto do polimento aplicado quanto dos testes de usinagem realizados, também foram avaliadas em fresas polidas por esponjas flexíveis e em fresas sem tratamento, tendo como objetivo comparar as 3 diferentes condições de gumes. Contudo, as fresas escovadas com esponja rígida apresentaram uma vida útil 21,63 % menor que as fresas sem tratamento, enquanto que as fresas escovadas com esponjas flexíveis retornaram uma vida útil 6,92 % menor. No entanto as fresas escovadas com esponja rígida obtiveram a menor ocorrência de microlascamentos, já as fresas sem tratamento apresentaram a maior ocorrência. Os menores valores de rugosidades medidos foram os das superfícies geradas pelas ferramentas escovadas com esponja flexível e não houve diferenças significativas entre os valores medidos nas superfícies geradas pelas ferramentas escovadas com esponjas rígidas e pelas ferramentas sem tratamento. As texturas das superfícies geradas pelas ferramentas escovadas com esponja rígida, para início de vida, não apresentaram de forma evidente as marcas dos sulcos gerados pela passagem da ferramenta, já as outras condições não apresentaram diferenças significativas entre si. No entanto, é importante salientar que os resultados obtidos neste trabalho, para os testes de usinagem, apenas são válidos para as condições de corte aqui utilizadas, já que qualquer mudança nessas condições, possivelmente, retornaria resultados diferentes. [resumo fornecido pelo autor]