Avaliação do uso de agente compatibilizante de fonte renovável em compósitos de polipropileno e resíduos de madeira
Abstract
Os compósitos são constituídos por dois ou mais materiais escolhidos para a formação de um material de características melhoradas, a fim de ressaltar propriedades que não podem ser vistas nos materiais quando isolados. Neste trabalho, foram desenvolvidos compósitos de polipropileno reforçados com resíduos de madeira, neste caso a madeira de itaúba. O teor de incorporação de madeira foi de 20% em massa. Como agentes de acoplamento foram testados dois óleos vegetais, o óleo de soja, óleo de soja modificado com anidrido maleico, polipropileno grafitizado com anidrido maleico, que é o agente de acoplamento comercial amplamente utilizado, no entanto, é um derivado do petróleo e desta forma, é um aditivo de fonte não renovável. O teor de adição de agente de acoplamento foi de 2% em massa. Os compósitos foram obtidos por processo de extrusão em duplarrosca e após moldados por injeção. As propriedades mecânicas, tais como resistência a tração, resistência a flexão e resistência ao impacto foram avaliadas, juntamente com a realização de análise termogravimétrica e microscopia eletrônica de varredura. Os resultados dos ensaios mecânicos mostraram que os óleos vegetais utilizados podem estar promovendo interação entre a fibra polar e matriz apolar. A adição dos óleos causou uma redução na resistência a flexão de aproximadamente 8%, quando comparada a amostra sem agente de acoplamento. A adição dos óleos acarretou em um aumento de 10% da resistência ao impacto dos compósitos, quando comparada a amostra sem tratamento. O uso do agente de acoplamento de fonte não renovável melhorou a resistência a tração e também a flexão, em virtude da melhor adesão causada por esse aditivo. Contudo, o uso do polipropileno grafitizado com anidrido maleico deixou o material mais rígido e reduziu a resistência ao impacto dos compósitos. A análise termogravimétrica mostrou que o uso dos óleos não resultou na redução da estabilidade térmica dos compósitos, quando comparada a amostra sem tratamento, o que pode indicar a melhora na adesão fibra matriz. Por outro lado, o uso do agente de acoplamento comercial reduziu a estabilidade térmica do compósito. Os resultados deste trabalho indicam que a adição de agentes de acoplamento de origem vegetal como o óleo de soja podem ser uma alternativa viável a utilização de compósitos provenientes de fontes não renováveis, como o petróleo. [resumo fornecido pelo autor]