Percepção de moradores em uma localidade turística: uma análise de dois roteiros turísticos em Bento Gonçalves - RS - Brasil
Fecha
2021-09-01Autor
Moraes, Morgana Pizzi
Orientador
Cemin, Gisele
Metadatos
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Os espaços citadinos possibilitam diversos arranjos sociais, econômicos e espaciais. Neles, considerando sua pluralidade, os sujeitos, distintos e únicos em sua individualidade, se relacionam entre si e com o meio. Dentre os múltiplos fenômenos favorecidos nesses espaços, o turismo surge como um expoente no território, com uma característica essencialmente espacial. No âmbito da atividade, as relações humanas de contato e convivência podem ser viabilizadas quando os ambientes, em seus atributos estruturais, favorecem essas aproximações. Parte-se da premissa que o espaço apropriado pelo visitante é muitas vezes também o do morador local. Nele, são desencadeados ou inibidos múltiplos entrelaçamentos sociais. Com isso, estuda-se a localidade turística e nesse contexto as possibilidades de relações espaciais entre os sujeitos envolvidos (residente e visitante). Assim, para o desenvolvimento deste trabalho, direciona-se a pesquisa para o município de Bento Gonçalves-RS, na Serra Gaúcha, para dois recortes territoriais definidos: Via del Vino, logradouro implantado na área central do município e o 8 da Graciema, localizado no Vale dos Vinhedos. Questiona-se, ao reconhecer a existência de espaços de uso majoritariamente turístico, aqui chamado de espaço turístico, se o morador reconhece e se apropria de espaços turísticos em seu cotidiano. Esta pesquisa, de caráter exploratório e descritivo, apresenta abordagem qualitativa baseada no sujeito (morador de Bento Gonçalves), construção comum da Geografia Humanista. Para endossar este estudo, vale-se da percepção ambiental do residente como ferramenta para análise espacial. Como objetivo geral, propõe-se analisar demandas e necessidades do morador da localidade turística, para a qualificação de um turismo socialmente inclusivo para essa população. Percebe-se que as demandas e necessidades do residente, tanto no caso da Via del Vino ou do 8 da Graciema, acabam em segundo plano enfraquecendo ou inviabilizando práticas e entrelaçamentos sociais com os visitantes. Em ambos, os ambientes disponíveis não se mostram eficientes para cumprir o papel de integração entre os dois sujeitos (morador e visitante). O turismo é uma atividade que se expressa nos dois recortes territoriais analisados, mas não engloba, na maior parte dos casos, o residente nas suas dinâmicas. [resumo fornecido pelo autor]