Processo histórico de escolas municipais rurais de Nova Prata/RS (1988-2006): culturas escolares e nucleação
Datum
2021-08-24Autor
Pagnoncelli, Sonia Prigol
Orientador
Luchese, Terciane Ângela
Metadata
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Este estudo investiga o processo de nucleação das escolas rurais de Nova Prata (RS), evidenciando a história e as culturas das escolas rurais multisseriadas municipais Pedro Pagnoncelli e Padre Diogo Feijó, entre os anos de 1988 a 2006. O recorte temporal da pesquisa considera como marco inicial o ano de 1988, quando foi inaugurada a Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Pagnoncelli, até 2006, o ano de conclusão do processo de nucleação que envolveu ambas as escolas. O objetivo foi compreender o processo histórico das escolas multisseriadas do município, enfocando as culturas das Escolas Municipais de Ensino Fundamental Pedro Pagnoncelli e Padre Diogo Feijó, seus sujeitos e práticas escolares, bem como o processo de nucleação. A pesquisa situa-se no campo da História da Educação e tem como referencial teórico a História Cultural, com as contribuições de Burke (1992, 2008), Julia (2001), Chartier (2010), além de Vidal (2005), Pesavento (2005), Galvão; Lopes (2010) e Bacellar (2005). A metodologia embasou-se na História Oral, por meio da qual foram realizada entrevistas com ex-professores, ex-alunos e ex-gestores, que tiveram participação no processo de nucleação. Após as entrevistas transcritas, a análise juntamente com os documentos das escolas foram perscrutados pela Análise Documental Histórica. A análise do material produzido pelas entrevistas, além de documentos, leis, através do campo da investigação, foram organizados, analisados e interpretados à luz dos teóricos anteriormente mencionados. Nova Prata constituiu escolas rurais com os imigrantes que, conforme aqui chegaram, construíram as escolas, espaços que exerceram um importante papel social e cultural, indo além da função educativa. Essas escolas, com seus professores, integravam as comunidades, recebendo apoio e estabelecendo diversas conexões. Após um intenso período de construções das escolas rurais e seu pleno funcionamento, as docentes trabalhavam com as condições que lhes eram propostas com múltiplas funções e buscando qualidade de ensino. Com a mudança na legislação e com os incentivos governamentais, objetivando diminuir gastos e melhorar a qualidade de ensino, inicia-se o processo de nucleação das escolas municipais, que ocorreu de maneira lenta, gradual, somando quinze anos para ser concluída. Nesse movimento houve resistência por parte das famílias e comunidades, estranhamento por parte dos alunos que sinalizaram estar deslocados e com dificuldade de adaptar-se aos novos espaços escolares. Com base nesse aspecto, os gestores organizaram suas estratégias de convencimento para pleitear a nucleação das escolas junto as comunidades que, com diálogo e tratativas, acabaram aceitando. Se por um lado buscou-se melhor qualidade de ensino, por outro as comunidades perderam aquele espaço que mantinha a comunidade unida. Sendo assim, a maioria dos prédios escolares desativados que ficou sob reponsabilidade das comunidades, com o passar do tempo, foi abandonada. [resumo fornecido pelo autor]