O terremoto de 7 pontos na escala Richter que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010 foi amplamente noticiado pela mídia internacional e nacional. Na imprensa sul-riograndense várias capas de periódicos estamparam as imagens de destruição do pequeno país caribenho. Neste sentido a presente pesquisa trabalha com as narrativas construídas pelos jornais Correio do Povo, Correio Riograndense e Pioneiro a respeito do Haiti e dos haitianos no período que sucedeu ao sismo. Intitulado de mais pobre das Américas o país possui uma história marcada pela exploração e fenômenos naturais devastadores, assim o objetivo geral do trabalho é identificar nos periódicos selecionados a existência de narrativas anti-haitianistas, ou seja, narrativas estigmatizantes pautadas em preconceitos originados no período colonial. A análise de conteúdo, mesclando interpretações quantitativas e qualitativas, é o método que utilizaremos para alcançar os objetivos propostos. Teoricamente introduzida na História do Tempo Presente a pesquisa demonstra-se necessária tanto pelas relações que o Brasil estabeleceu com o Haiti desde a intervenção iniciada em 2004 sob a bandeira da ONU, quanto pela vinda de milhares de imigrantes haitianos após o terremoto de 2010. Além disso, o recrudescimento de discursos e práticas racistas impulsiona a discussão sobre a representação construída ao longo do tempo a respeito da população negra. [resumo fornecido pelo autor]