Concreto permeável com agregados reciclados de resíduos de isoladores elétricos de porcelana
Datum
2015-02-23Autor
Ribeiro, Aline
Orientador
Brandalise, Rosmary Nichele
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
A geração de resíduos, em geral, pode trazer diversos problemas ao meio ambiente em decorrência de seu descarte inadequado, tornando necessária a busca por métodos alternativos para o manuseio, tratamento e disposição final dos mesmos. A Política Nacional Brasileira de Resíduos Sólidos de 2010 estabelece que os resíduos sólidos gerados em território brasileiro, de qualquer natureza, devem ser, nos processos geradores, reduzidos, tratados e reutilizados dentro do conceito de desenvolvimento sustentável. Estima-se que o Brasil produza, anualmente, 30.000 toneladas de isoladores elétricos de porcelana para abastecer sua rede elétrica, com uma geração de resíduos da ordem de 10% do total produzido. Diante deste cenário, a busca por alternativas para utilização de resíduos de isoladores elétricos de porcelana em novos produtos, tem despertado o interesse acadêmico e tecnológico. Neste estudo, resíduos de isoladores elétricos de porcelana (RIP) foram cominuídos em dimensões compatíveis para a aplicação em concretos permeáveis e foram caracterizados por análise física (granulométrica, índice de forma, absorção de água, massa específica). A partir da caracterização do RIP, foi proposta uma matriz experimental para a avaliação de concretos permeáveis, incorporando 50 e 100% em massa de RIP em substituição aos agregados graúdos. As propriedades de resistência mecânica sob compressão, sob tração na flexão, e o módulo de elasticidade das proporções com essas incorporações foram comparadas às de um concreto referência. Os resultados de resistência mecânica sob compressão para os concretos permeáveis propostos foram inferiores ao referência 21, e 24% respectivamente para 50 e 100% em massa de RIP, sob tração na flexão os resultados foram inferiores 38 e 46,5% respectivamente para 50 e 100% em massa de RIP, o módulo de elasticidade foi inferior ao referência 6,4% respectivamente para 50% em massa de RIP e superior 3,13% respectivamente para 100% em massa de RIP. Os resultados de resistência mecânica sob compressão, sob tração na flexão e o módulo de elasticidade para os concretos permeáveis 50 e 100% em massa de RIP encontram-se dentro dos valores relatados na literatura para concretos permeáveis. Os resultados de índice de vazios dos concretos permeáveis, referência, 50% em massa de RIP e 100% em massa de RIP ficaram numa faixa de 12,5 – 18,2% e os resultados do coeficiente de permeabilidade para os concretos permeáveis referência, 50% em massa de RIP e 100% em massa de RIP ficaram numa faixa de 0,05 a 0,2 cm∙s-1 na condição amostra seca e 0,14 a 0,15 cm∙s-1 na condição amostra saturada, contudo encontram-se dentro dos valores relatados na literatura para concretos permeáveis. Os resultados demonstram que é possível utilizar resíduos de isoladores elétricos de porcelana em substituição a agregados graúdos, permitindo incorporações de até 100% de RIP em concreto permeável.