Os professores do atendimento educacional especializado e dos anos finais do ensino fundamental na rede municipal de Nova Prata - RS : articulação entre os profissionais
Mostra/ Apri
Data
2022-04-05Autore
Marchesini, Paula
Orientador
Valentini, Carla Beatris
Metadata
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A Inclusão Escolar é uma temática que tem marcado presença em inúmeras discussões a respeito da educação nas últimas décadas. Esta temática, que inicia um grande movimento a partir da década de 1990, ganha mais enfoque a partir da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) de 2008. A legislação orienta os sistemas de ensino quanto à organização da modalidade Educação Especial na escola regular. A partir das orientações legais, cada sistema, cada rede de ensino, cada instituição escolar organiza-se de acordo com a interpretação que faz dessas orientações, podendo apresentar variações de um contexto para outro. Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo compreender a relação entre os professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e os do ensino comum, e se essa relação caracteriza uma articulação entre esses profissionais como forma de viabilizar o processo de inclusão nos anos finais do Ensino Fundamental dos estudantes da Educação Especial. Esta pesquisa exploratória de abordagem qualitativa adotou como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada, que foi realizada no município de Nova Prata/RS, com três professoras de AEE e seis professoras dos anos finais do Ensino Fundamental de duas escolas urbanas municipais. Para a análise dos dados, foi adotada a análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). A pesquisa traz uma revisão de estudos relacionados à temática investigada e um referencial teórico que aborda a contextualização histórica e política da Educação Especial no Brasil; o Atendimento Educacional Especializado na perspectiva da educação inclusiva e a Sala de Recursos Multifuncionais como suporte; a Sala de Recursos e o ensino comum: articulação entre os profissionais para viabilizar os processos inclusivos na escola. Nos achados, evidenciou-se que o AEE é percebido como um apoio ao aluno da Educação Especial e, também, para as professoras dos anos finais. É consenso entre as docentes a consciência de que exercem um papel importante em relação à Perspectiva Inclusiva dos alunos da Educação Especial. A professora do AEE mantém uma função articuladora de pessoas e profissionais envolvidos com o processo de escolarização do aluno da Educação Especial, mas há queixas quanto ao distanciamento e isolamento entre as profissionais por incompatibilidade na hora/atividade, falta de um tempo para os dois profissionais trocarem informações e articularem estratégias, e o fato de a sala de recursos não estar na escola onde o aluno estuda nas turmas do ensino comum. As participantes da pesquisa percebem que a articulação entre as professoras do AEE e do ensino comum traz benefícios para o planejamento de estratégias pedagógicas e o desenvolvimento do aluno da Educação Especial, mas manifestam a necessidade de um tempo para articular estratégias mais eficazes, sem ter que utilizar os momentos furtivos das brechas do cotidiano. Ficou evidente, nos relatos das professoras, uma sensação de desamparo no que se refere às ações de gestores superiores frente aos impedimentos encontrados na realidade escolar, alertando para a necessidade de garantias legais com previsão e provisão dos recursos necessários para que a articulação entre Educação Especial e anos finais do Ensino Fundamental aconteça de forma mais acentuada. [resumo fornecido pelo autor]