Trabalho infantil, evasão escolar, e engajamento familiar em contextos de vulnerabilidade social
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Data
2022-07-14Autor
Schmidt, Franciele Guidini
Orientador
Lhullier, Cristina
Metadata
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O trabalho infantil refere-se a qualquer atividade exercida por crianças e adolescentes que contribua na privação da infância e na diminuição da frequência escolar. Esse tipo de trabalho pode associar-se à educação precária, pobreza, racismo e culturas regionais. O objetivo geral deste trabalho é identificar possíveis relações existentes entre trabalho de crianças e adolescentes, evasão escolar e engajamento familiar em contextos de vulnerabilidade social. Os objetivos específicos visam caracterizar trabalho infantil conforme a legislação brasileira e internacional; conceituar evasão escolar; apresentar um panorama conceitual de vulnerabilidade social na perspectiva da psicologia; e caracterizar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A revisão da literatura estruturou-se com base na resposta aos objetivos específicos. Realizou-se uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, descritivo e interpretativo. Utilizou-se cinco reportagens do livro Meninos Malabares, retratos do trabalho infantil no Brasil. Os conteúdos das reportagens selecionadas foram organizados em uma tabela composta dos itens: título e descrição da história, local em que acontece a história, sexo e idade da criança, trabalho infantil, engajamento familiar, evasão familiar, contextos de vulnerabilidade e vulnerabilidade social. Os dados coletados foram interpretados conforme a análise de conteúdo de Laville e Dionne, seguindo o modelo misto, sendo elaboradas três categorias: Trabalho Infantil e Engajamento Familiar, Evasão Escolar, Contexto Vulnerável e Vulnerabilidade Social. Os resultados apontam que a pobreza material, a educação precária, a dificuldade de acesso e/ou a desativação das escolas, o trabalho infantil e a vivência de bullying no contexto educacional são fatores que contribuem com a evasão escolar de crianças e adolescentes. A necessidade de complementação de renda também colabora no afastamento da escola e no engajamento nas atividades laborais. Situações essas fazem parte do cotidiano das famílias em situação de vulnerabilidade social, as quais apresentam rede de apoio social enfraquecida, vivência de situação de racismo ou de outro tipo de preconceito, baixa remuneração, sofrimento psíquico intenso e exclusão das políticas públicas de assistência. Assim, evidencia-se a complexidade do fenômeno do trabalho infantil, o qual encontra-se relacionado a uma combinação de fatores familiares, educacionais, econômicos, políticos e culturais. Percebe-se o interesse das crianças e adolescentes, assim como de alguns de seus familiares, em permanecer na escola. Mas, por outro lado, percebe-se também a necessidade de colaborar com a família na busca pela sobrevivência. Desta forma, é importante buscar por meios de fortalecimento da inserção do profissional da psicologia no contexto escolar, bem como na atuação deste no território, de modo a não somente compreender uma realidade complexa, mas poder elaborar forças de intervir nela. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]