Evolução ponderal, glicêmica e lipídica em mulheres obesas submetidas à cirurgia bariátrica: seguimento de 12 meses
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Data
2022-10-13Autor
Sgarioni, Augusto Cardoso
Orientador
Garcia, Rosa Maria Rahmi
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A epidemia global de obesidade contribui, substancialmente, para as altas prevalências de doenças cardiometabólicas. Ambos os sexos são atingidos, entretanto, dados recentes mostram que a prevalência na população de mulheres é maior do que em homens. Diferenças também estão presentes na fisiopatologia, evolução e comorbidades relacionadas, devido a características genéticas, biológicas e psicossociais, peculiares a cada sexo. Além disso, maior proporção de mulheres busca o tratamento cirúrgico após insucesso com outros tipos de intervenções. A cirurgia bariátrica e metabólica tem sido destacada e aprimorada ao longo do tempo, especialmente com o significativo aumento de obesidade grave na população. Ademais, sabe-se que cerca de 80% dos obesos submetidos a esse tipo de cirurgia são mulheres. Essa realidade também ocorre no serviço de referência em cirurgia bariátrica e metabólica da região sudeste do Rio Grande do Sul. Por isso, este estudo avaliou a evolução ponderal, glicêmica e lipídica durante 12 meses do tratamento cirúrgico para obesidade na população de mulheres. Tratou-se de um estudo de coorte retrospectivo, com dados de mulheres com obesidade grave submetidas à cirurgia pela técnica de gastroplastia com derivação intestinal em ?Y? de Roux (GYR) no período de 2017 a 2020. Destaca-se que o presente estudo foi realizado com a população de um serviço público de referência em cirurgia bariátrica e metabólica. O índice de massa corpórea (IMC), glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol e triglicérides (TG) foram avaliados em cinco tempos (T): avaliação pré-operatória (T1); 30 dias do pós-operatório (PO) (T2); 3 meses de PO (T3); 6 meses de PO (T4); e 12 meses PO (T5). Cento e cinquenta mulheres foram incluídas, com idade média de 43,69±9,87; IMC de 45,4 ± 5,4, hipertensão arterial (79,3%), diabetes tipo 2 (38%) e dislipidemia (30,7%). Nenhum óbito ocorreu no PO. No período do seguimento, o IMC apresentou redução estatisticamente significante (p<0,001) em todos os tempos analisados. A perda de excesso de IMC foi de 68,2%. Na comparação T1 vs T5 ocorreu redução significante da glicemia (p<0,01), HbA1c (p<0,01), CT (p<0,001), LDL-c (p<0,01) e TG (p<0,01). O HDL-c mostrou aumento no período, porém, sem diferença estatística (p=0,3). Ao final do estudo, 86%, 87% e 72% da população não estava mais usando medicamentos para DM2, dislipidemia e hipertensão arterial, respectivamente. Concluiu-se que nessa população de mulheres com obesidade grave e submetidas à cirurgia bariátrica e metabólica ocorreu melhorias significativas, em curto prazo, na saúde metabólica. Ademais, a GYR mostrou-se como um tratamento eficaz na remissão de comorbidades. [resumo fornecido pelo autor]