Ética e religião: uma análise da ética no fenômeno religioso a partir da tolerância em Voltaire
Visualizar/ Abrir
Data
2023-03-11Autor
Klohn, Thiago Guagliardo
Orientador
Cescon, Everaldo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta dissertação tem como propósito investigar o fenômeno religioso a partir do valor da tolerância com fundamentação em Voltaire. Estuda-se, pois, aqui a tolerância, a paz e a ética, elencando-se as principais religiões na França iluminista e seus conflitos. De semelhante modo, este trabalho faz uma interface com concepções atuais de intolerância religiosa, verificando sua desconformidade com ideais éticos e postulando uma solução na busca de valores universais que possibilitem o diálogo e o convívio harmonioso entre as religiões. Assim considerando, esta pesquisa parte das iniciativas teóricas lançadas por Voltaire sobre tolerância e paz e as compara com as postulações de filósofos da religião da atualidade, por exemplo, Küng, que defende a existência de uma ética universal presente em todas as religiões e que propõe a construção de um ethos dialógico e equitativo em que as religiões possam abdicar do fundamentalismo em prol da paz mútua e da construção de uma ética comum que culmine na paz mundial ou, ao menos, num movimento mais
concreto da humanidade, crente e descrente, nessa direção. Também são examinadas nesta dissertação as proposições de Zubiri a respeito das marcas essenciais a todas as religiões, evidenciando-se o processo segundo qual essas surgem, quer enquanto religiões positivas, quer em suas formas não axiomáticas, ou seja, não institucionalizadas. Em se tratando das imbricações políticas e sociais do fenômeno religioso, essas são analisadas a partir dos registros de Voltaire, sobre seu tempo, e dos comentários de teóricos contemporâneos, como Berger, Castells e Maduro, que estudam as religiões de uma perspectiva sociológica. Já para se chegar a uma conceituação de cunho filosófico sobre a ética, busca-se ouvir, entre outras referências, as vozes de Comparato, Kant, Küng, Souza e do próprio Voltaire. Ao passo que para se conceituar a paz, são os textos de Guimarães e de Marcondes que foram apreciados, assim como os de Berger, Boff, Castells e Küng, principalmente. Enfim, após se examinar as características do fenômeno religioso, e seus desvios éticos, faz-se um levantamento dos aspectos positivos comuns entre as religiões e se apresenta uma proposta para diálogo e concórdia entre as mesmas. [resumo fornecido pelo autor]