Representações sociais do gênero feminino nas manifestações da cultura tradicionalista gaúcha
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Data
2022-12-16Autor
Cioato, Maria Eduarda
Orientador
Lhullier, Cristina
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O apreço pela cultura gaúcha e o percurso estudantil fomentaram questionamentos a respeito de comportamentos e de crenças presentes no contexto do movimento tradicionalista. O estudo dos mecanismos que constituem, constroem e reconstroem o lugar apontado ao feminino na cultura tradicionalista sul-rio-grandense moveu este trabalho, que tem por objetivo descrever as representações sociais do feminino que emergem nas manifestações da cultura tradicionalista gaúcha. Para tanto, conceitua-se representações sociais, apresenta-se um panorama acerca das investigações sobre o feminino na perspectiva dos estudos de gênero, apresenta-se aspectos históricos e sociais da cultura tradicionalista gaúcha e reflete-se sobre a busca por igualdade de gênero na cultura tradicionalista gaúcha com base nos resultados obtidos. Representações sociais são conhecimentos que se originam no coletivo, orientam comportamentos e podem estar associadas a papéis determinados socialmente. O feminino resulta de uma categoria de análise derivada dos estudos de gênero. Denota um posicionamento subjetivo diante de construções sócio-culturais que envolvem a dinâmica de poder presente em uma sociedade atravessada pelos valores patriarcais. A cultura gaúcha é considerada um resgate dos costumes, perante às modificações trazidas pelo pós Segunda Guerra Mundial e pelo capitalismo na forma de viver no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, descritivo e interpretativo. Como fontes, foram utilizados dois vídeos do canal Leontinas no Galpão, disponíveis na plataforma YouTube. Como instrumento, se dispôs da ferramenta CmapTools para a elaboração da representação social. Enquanto referencial de análise, foi utilizada a Teoria das Representações Sociais. Os resultados apontaram para quatro temáticas de análise: Feminino na História e Cultura Sul-Rio-Grandense, História Sul-Rio-Grandense, Cultura Sul-Rio-Grandense e Mulher Prenda. A discussão foi desenvolvida com base no atravessamento da história e da cultura sul-rio-grandense na compreensão do feminino. Historicamente, o feminino, na formação étnica e cultural do Rio Grande do Sul, se mostra apagado em suas manifestações. Na cultura sul-rio-grandense, o feminino é posto à sombra do masculino, subordinando-se a este nas relações desiguais de poder e de gênero presentes no vestir feminino, nas manifestações culturais e no mundo do trabalho. Foi apresentado o que é e como é visto o feminino na cultura tradicionalista gaúcha na figura da mulher prenda. O feminino pertence a um espaço social delimitado por outros, no qual deve seguir regras e papéis estabelecidos pelo masculino, ocupando lugares instituídos. Por fim, foi evidenciado um vislumbre de transformação no meio tradicionalista contemporâneo, de reparação histórica e busca por equidade e igualdade nas relações de poder e ocupação dos lugares de voz e vez entre homens e mulheres dentro do movimento cultural gaúcho, contudo tal mudança não permeia e envolve todos femininos da sociedade gaúcha, seja dentro das instituições ou fora delas. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]