Dinâmica conjugal diante da perda do filho adolescente por suicídio
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Data
2023-07-11Autor
Facchin, Michele
Orientador
Lhullier, Cristina
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A adolescência é marcada por situações de vulnerabilidade, as quais podem desencadear ideações suicidas no jovem. A morte de um filho por suicídio impacta a dinâmica conjugal, potencializando conflitos pré-existentes. Este trabalho tem como objetivo geral identificar possíveis repercussões no subsistema conjugal após a morte de um filho por suicídio. Os objetivos específicos são caracterizar a adolescência e as situações de vulnerabilidade a ela associadas, elaborar um breve panorama biopsicossocial do suicídio entre adolescentes, caracterizar o subsistema conjugal na perspectiva da psicologia sistêmica e descrever as características do luto pela perda do filho em casais. Os tópicos da revisão da literatura foram organizados de modo a responder os objetivos específicos. O delineamento utilizado foi de cunho qualitativo, em uma pesquisa exploratória e interpretativa. A fonte utilizada foi o artefato cultural do tipo filme Joe Bell, sendo o instrumento a ficha de documentação composta dos itens número, minutagem, descrição e codificação das cenas. A análise de dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de Laville e Dionne, com o modo de categorização misto e emparelhamento como estratégia para a interpretação dos dados. As categorias elaboradas foram: Vulnerabilidades de Jadin, Dinâmica Familiar diante de Conflitos, Dinâmica Conjugal antes do Suicídio, Dinâmica Conjugal após o Suicídio e Luto de Joe. Na discussão, foi verificado que o contexto social do adolescente pode agravar as vulnerabilidades existentes no período da adolescência, como a inserção em uma comunidade preconceituosa e situações de bullying no contexto escolar. A percepção do adolescente da falta de apoio familiar diante do seu sofrimento pode o colocar em uma posição de vulnerabilidade, podendo ter como consequência o desfecho do suicídio. As disfuncionalidades do subsistema conjugal podem dificultar a readaptação do sistema frente a situações não previsíveis, sendo que a comunicação clara, o equilíbrio de poder e a flexibilidade em lidar com conflitos são fatores importantes para a existência de um casal funcional. Contudo, quando o par enfrenta problemas nesses quesitos, o enlutamento por um filho poderá agravar o relacionamento a dois. Esse luto, acentuado pelas circunstâncias da morte, poderá aproximar ou distanciar o casal, fato que dependerá do seu funcionamento prévio como sistema. O luto paterno e suas particularidades poderá impactar o processo de luto do subsistema conjugal, devido ao ideal de masculinidade proposto pela sociedade. Esse ideal gera dificuldades de comunicação nos homens, podendo potencializar os conflitos do casal. As considerações finais apontam que as disfuncionalidades no subsistema conjugal existentes antes da morte do filho, possivelmente serão agravadas e acarretarão no distanciamento deste casal. A forma como cada cônjuge lidará com o luto e a dificuldade em vivê-lo conjuntamente, poderá ser outra variável que impactará a dinâmica do casal e o cuidado com possíveis filhos sobreviventes. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]