O presente estudo aborda a relação entre o corpo e o envelhecimento, explorando as transformações físicas e as percepções sociais associadas à velhice. Método qualitativo, com análise de oito entrevistas de uma dissertação pública, a partir de análise de conteúdo de Laville e Dionne. A discussão é baseada em três categorias de análise: "Corpo", "Envelhecimento" e "Percepção social". Na categoria "Corpo", destacam-se as subcategorias "Perda da beleza" e "Perda da funcionalidade". A sociedade contemporânea valoriza a juventude e a beleza, o que intensifica a preocupação das mulheres em relação ao envelhecimento. Alguns indivíduos aceitam naturalmente as mudanças do corpo, enquanto outros recorrem a produtos e serviços para tentar controlar o processo de envelhecimento. A mídia desempenha um papel significativo ao promover ideais de beleza associados à juventude, contribuindo para a exclusão social dos idosos. Além disso, os idosos enfrentam desafios em termos de saúde, autoestima e limitações nas atividades diárias devido a doenças crônicas e às alterações físicas próprias do envelhecimento. Diante desse cenário, surge a inquietação de se compreender qual o papel do envelhecimento no luto da mulher diante do corpo, ainda mais quando o envelhecimento populacional é um fato proeminente. A categoria "Envelhecimento" abrange as subcategorias "Processo de aceitação" e "Processo de luto". A percepção da imagem corporal envelhecida muitas vezes entra em conflito com o ideal construído socialmente, gerando desconforto e impacto. A sociedade contemporânea tende a temer a velhice devido à valorização da juventude, mas algumas pessoas têm uma visão mais positiva e encaram essa fase como parte natural da vida. Embora o processo de luto não seja diretamente mencionado nas falas das idosas, são mencionadas perdas significativas relacionadas ao envelhecimento, e é fundamental que os indivíduos reconheçam suas próprias capacidades e limitações, confrontando a imagem idealizada com a realidade do envelhecimento. Na categoria "Percepção Social", aborda-se a influência das normas sociais e da mídia na percepção do envelhecimento. A sociedade contemporânea valoriza a juventude, o que leva a estereótipos negativos em relação aos idosos. Teóricos como Beauvoir, com sua obra "A Velhice", e Goffman, com o conceito de "estigma", fornecem insights valiosos sobre a percepção social do envelhecimento e suas implicações na vida dos idosos. Essas reflexões destacam a importância de compreender as implicações sociais e culturais do envelhecimento, bem como promover uma abordagem inclusiva e empática em relação ao corpo, ao envelhecimento e à percepção social. Reconhecer a diversidade de experiências, desafiar os estereótipos negativos e utilizar os insights dos teóricos são passos essenciais para valorizar o envelhecimento saudável e digno na sociedade atual. [resumo fornecido pelo autor]