O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença grave que afeta milhões de pessoas no mundo. Apesar disso, ainda não há tratamentos psicológicos com evidências firmes para indivíduos que apresentam o transtorno. Nesse sentido, a terapia comportamental dialética (DBT) surge como uma possibilidade recente para o tratamento dessa condição. O presente estudo objetiva identificar possíveis contribuições da Terapia Comportamental Dialética no tratamento de sujeitos diagnosticados com Transtorno Bipolar. Esta pesquisa se propõe, como objetivos específicos, a caracterizar a DBT e o TAB, além de identificar quais são os fatores que levam sujeitos com o transtorno a entrar em crise e os impactos do TAB em suas vidas. O trabalho atual é uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, e optou-se pelo método de revisão integrativa da literatura. As bases de dados utilizadas foram PubMed e Periódicos da CAPES. Foram localizados 109 artigos, dos quais incluíram-se 13 para a pesquisa final, após exclusão de artigos duplicados e que não atendiam aos critérios de elegibilidade. Os artigos analisados, em sua maioria, apontam para a viabilidade da aplicação de protocolos de DBT em casos de transtorno bipolar. Todavia, nota-se que as pesquisas sobre o tema ainda estão em crescimento e as amostras utilizadas ainda não são robustas o suficiente para que os dados encontrados sejam generalizados. Episódios mistos também não são abordados na literatura, não obstante sua relevância e prevalência em sujeitos diagnosticados com transtorno bipolar. A maior parte das pesquisas enfocou adultos, norte-americanos ou europeus, com TAB tipo I, o que configura um recorde amostral específico. Nesse sentido, não foram localizados artigos brasileiros ou latino-americanos sobre o assunto. O modelo optado para a maior parte das pesquisas foi o grupo de treinamento de habilidades, em detrimento da terapia individual em DBT e do coaching telefônico. Também não foi mencionada a presença da supervisão para o terapeuta, apesar destes configurarem quatro pilares centrais da terapia. A DBT pode, portanto, ser considerada promissora no tratamento do TAB, mas são necessários mais estudos para que sua eficácia seja comprovada. Para pesquisas futuras, sugere-se enfocar, também, a terapia individual como complemento à terapia grupal a partir do viés da DBT, além da realização de estudos em contexto brasileiro. [resumo fornecido pelo autor]