dc.description | Uma nova era de tratamento para adultos com depressão resistente ao tratamento (DRT) envolvendo substâncias psicodélicas está em desenvolvimento. A investigação sobre o uso de psicodélicos em contexto terapêutico oferece novas perspectivas que podem desafiar e expandir os paradigmas tradicionais da psicoterapia e da psicofarmacologia. O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é analisar as evidências científicas existentes acerca do uso de psicoterapia assistida por psicodélicos para depressão resistente ao tratamento. Como objetivos específicos, busca-se apresentar os psicodélicos, descrever a psicoterapia assistida por psicodélicos e caracterizar a depressão resistente ao tratamento. Optou-se por uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório-descritivo. Foram selecionados cinco artigos científicos, publicados entre 2020 e 2025 e disponíveis na base de dados PubMed (Medline). Utilizou-se a análise temática como referencial de análise. Os resultados foram organizados em três categorias, abordando as temáticas: (a) dados de apresentação dos estudos (amostra, diagnóstico, triagem, substância, dose, duração); (b) processo interventivo e avaliação, (ambiente terapêutico, programa de capacitação profissional, preparo dos participantes, administração da substância, integração terapêutica, principais instrumentos utilizados para avaliação dos resultados); e (c) eventos adversos e desfechos (eventos adversos, desfecho primário, secundário e desfecho final). Foram selecionados cinco ensaios clínicos de fase II, que avaliaram a eficácia, a segurança e a aplicabilidade da psilocibina sintética (COMP360), selecionados a partir dos critérios de inclusão. Os resultados obtidos sugerem que a psilocibina apresenta um perfil terapêutico promissor, com efeitos rápidos, boa tolerabilidade e eficácia clínica em indivíduos com DRT. Ainda assim, são necessários novos estudos com maior diversidade amostral e acompanhamento de longo prazo para a consolidação dessas evidências. Observa-se que os estudos analisados não apresentam dados ambientais dos participantes, o que limita a compreensão do contexto no qual estão inseridos e sua possível influência nos resultados terapêuticos. Ademais, todos os estudos incluídos são de origem estrangeira, o que reforça a urgência de produção científica nacional sobre o tema. Evidencia-se, também, a carência de estudos exploratórios que aprofundem o processo psicoterapêutico, considerando que, nos trabalhos atuais, as intervenções são descritas superficialmente. Por fim, destaca-se o desafio enfrentado pela acadêmica frente ao caráter inovador da temática e à predominância de publicações em língua inglesa, o que exigiu esforço contínuo para compreender e integrar conteúdos recentes e de alta complexidade. [resumo fornecido pelo autor] | pt_BR |