Atualização das curvas IDF vigentes para municípios da bacia do Rio Taquari-Antas e análise comparativa frente aos impactos dos eventos climáticos extremos de 2023 e 2024
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Data
2025-07-15Autor
Marchioretto, Brenda
Orientador
Panizzon, Tiago
Metadata
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Este trabalho tem como objetivo atualizar as curvas Intensidade-Duração-Frequência (IDF) utilizadas em municípios da Bacia do Rio Taquari-Antas, no estado do Rio Grande do Sul, considerando os eventos climáticos extremos registrados em 2023 e 2024. As curvas IDF são ferramentas essenciais para o dimensionamento de obras hidráulicas e o planejamento urbano, sendo baseadas em séries históricas de precipitações. No decorrer dos anos, tem se observado uma intensificação na frequência e na magnitude dos eventos extremos, como as chuvas intensas, em decorrência das mudanças climáticas do planeta. O estudo envolve uma análise comparativa entre as curvas vigentes e as novas curvas, estas desenvolvidas a partir da inclusão dos episódios de chuvas intensas mais recentes, avaliando se os modelos anteriores ainda representam adequadamente o comportamento hidrológico da região. Foram avaliados os municípios cujas curvas IDF haviam sido elaboradas no estudo de Bortolin et al. (2020), sendo selecionados aqueles que possuíam novas séries históricas disponíveis para atualização. Diante disso, selecionou-se sete cidades, utilizando séries de dados pluviométricos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), estendidas até o ano de 2024 e contemplando os eventos extremos de maior magnitude ocorridos no Rio Grande do Sul. A partir das máximas diárias anuais, obteve-se uma série de dados para os municípios adotados da bacia, ao qual aplicaram-se métodos estatísticos de distribuição de probabilidade. Os valores foram desagregados para diferentes durações, permitindo a geração das novas curvas IDF e posteriormente, as devidas análises comparativas. A comparação com os modelos vigentes evidenciou a importância de incorporar dados mais recentes nas análises, de modo a garantir maior segurança e eficiência às infraestruturas frente aos novos cenários climáticos, cada vez mais recorrentes. Pensando nisso, o estudo também se aplicou a Nota Técnica do IPH (2024), que estabelece critérios hidrológicos visando a adaptação às mudanças climáticas para precipitações e vazões extremas na Região Sul do Brasil. Dessa forma, o trabalho foi conduzido de forma a atender aos critérios técnicos mais atualizados, elaborando novas curvas IDF para os municípios avaliados e contribuindo para a adequação hidrológica frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas. As validações comparativas permitiram observar que, além da inclusão de novos períodos na série histórica, a incorporação dos três eventos extremos entre 2023 e 2024 sugere possíveis alterações no regime de chuvas tanto nos eventos mais frequentes quanto nos mais extremos. Embora os resultados não apresentem variações significativas em todos os casos, destaca-se a existência de diferenças nos tempos de retorno mais curtos (2 e 5 anos) e também nos mais longos (50 e 100 anos). Para os tempos de retorno longos, essas diferenças indicam que eventos raros e de grande magnitude podem estar se tornando mais prováveis, recorrentes e intensos. Já para os tempos de retorno curtos, os resultados sugerem que as chuvas frequentes tendem a apresentar menor intensidade, precipitando volumes mais baixos em um mesmo intervalo de tempo, porém mantendo a mesma frequência de ocorrência. [resumo fornecido pelo autor]