Avaliação da diferença de resistência à punição sob a metodologia da ABNT NBR 6118:2023 e do Eurocode 2 (2023)
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Data
2025-09-08Autor
Ferreira, Maikel William
Orientador
Silva, Gustavo Ribeiro da
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Este trabalho tem como tema central a análise da resistência à punção em lajes lisas de concreto armado, comparando os critérios normativos da ABNT NBR 6118:2023 e do Eurocode 2:2023. A punção é um fenômeno crítico no dimensionamento estrutural, caracterizado por uma ruptura frágil e localizada na interface entre a laje e o pilar, podendo comprometer a estabilidade global da estrutura. As lajes lisas, apesar de suas vantagens arquitetônicas e econômicas, são especialmente suscetíveis a esse tipo de falha, exigindo atenção rigorosa durante o projeto. As normas analisadas apresentam abordagens distintas: a ABNT NBR 6118 adota uma formulação empírica baseada na resistência à compressão do concreto, enquanto o Eurocode 2 utiliza uma abordagem mecânica fundamentada na teoria da fissura crítica de cisalhamento, proposta por Muttoni. Para avaliar o impacto dessas diferenças no desempenho estrutural, foi desenvolvido um estudo de caso com base no modelo proposto por Santos (2018) e ampliado por Silva (2022), utilizando modelagem computacional no software TQS®. A estrutura analisada é composta por lajes quadradas com diferentes espessuras (20, 30 e 40 cm), submetidas a três níveis de carga variável (1,5; 3,0 e 6,0 kN/m²). Foram definidos nove modelos estruturais, e as cargas solicitantes e taxas de
armadura foram extraídas a partir da modelagem no TQS®. Os cálculos de verificação à punção foram realizados segundo os critérios de ambas as normas, considerando as respectivas superfícies de controle. Os resultados obtidos demonstram diferenças significativas entre as relações tensão resistente e tensão solicitante. Enquanto a ABNT NBR 6118:2023 apresentou relações tensão resistente/tensão solicitante superiores, atendendo aos critérios de segurança sem necessidade de armadura de punção em diversos casos, o Eurocode 2 exigiu reforço em todas as situações analisadas, refletindo em maior grau de conservadorismo. A diferença percentual entre a relação resistência e solicitação entre as normas superou 10% em todos os modelos, influenciada pela espessura da laje, pelo nível de carregamento e pela metodologia de cada norma. Conclui-se que ambas as normas são eficazes, porém com filosofias distintas de projeto: a norma brasileira é mais flexível, enquanto a europeia é mais conservadora, impondo margens adicionais de segurança. [resumo fornecido pelo autor]