Gestação e maternidade na adolescência em situação de vulnerabilidade social: papéis e sistemas familiares
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Data
2019-07-11Autor
Rodrigues, Helen
Orientador
Lhullier, Cristina
Metadata
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A gestação na adolescência apresenta-se como um fenômeno complexo, sendo abordado por diferentes áreas do conhecimento, como psicologia, enfermagem, medicina, sociologia, serviço social, entre outras. Uma possível compreensão deste fenômeno pode ser ofertada pela teoria sistêmica. O objetivo geral do trabalho é descrever os papéis das jovens adolescentes em situação de vulnerabilidade social, no tocante à gestação e à maternidade na perspectiva da teoria sistêmica. Os objetivos específicos são apresentar um panorama sobre a gestação e a maternidade na adolescência, com ênfase nas jovens brasileiras que vivem em contextos de vulnerabilidade social, e descrever a família e os papéis familiares na perspectiva sistêmica. Foi realizada uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, descritivo e interpretativo. Como fonte foi utilizado um artefato cultural do tipo documentário, com título Meninas, de 2006, produzido e dirigido por Sandra Werneck, com roteiro de Bebeto Abrantes. Uma ficha de organização dos dados das cenas selecionadas foi elaborada englobando os seguintes aspectos: composição familiar, contexto social/marcas da vulnerabilidade, sentimentos das adolescentes em relação à gestação e/ou maternidade, sentimentos dos pais em relação à gravidez das filhas, sustento da família e explicações das adolescentes sobre a gravidez. Os aspectos elencados deram origem às categorias de análise, que foram construídas a partir do modelo misto e da análise de conteúdo de Laville e Dionne. Pode-se observar que os papéis destas adolescentes em seus contextos familiares são influenciados por estereótipos de gênero, em que as adolescentes desempenham papéis de cuidadoras dos irmãos e das tarefas domésticas, como de seus filhos, enquanto as mães trabalham para o sustento familiar. Nos sistemas familiares há a reprodução de um ciclo onde há mulheres, predominantemente, cuidando de filhos sem a presença de homens que auxiliem no sistema, o que formata estas famílias como monoparentais femininas. O papel da adolescente fica restrito ao cuidado com seu novo filho e há perdas sociais, como o absenteísmo escolar. Porém destaca-se que antes de se tornarem mães, algumas já desempenhavam uma função de cuidados com irmãs e tinham desistido da escola, assim não se pode dizer que estes aspectos são consequências da gravidez ou da maternidade, mas de uma situação social de vulnerabilidade em que o sistema familiar está inserido (sic).
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- Psicologia - Bacharelado [243]