Avaliação da degradação biótica do poli(ácido lático), do polipropileno e suas misturas pela ação de fungos basidiomicetos
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Data
2015-02-20Autor
Menegotto, Morgana
Orientador
Brandalise, Rosmary Nichele
Metadata
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Resíduos poliméricos, quando destinados em ambientes inadequados, associados a sua resistência à degradação, podem promover poluição ambiental. Desta forma, estudos que possibilitam favorecer a degradação de alguns polímeros vêm crescendo e são considerados como alternativa para os atuais problemas de poluição ambiental. Outra alternativa que possibilita alterar características de interesse dos polímeros é por meio do desenvolvimento de misturas poliméricas, sendo que suas propriedades físicas e químicas podem ser alteradas para uma vasta gama de aplicações, proporcionando desempenho desejável ao produto final. Neste trabalho foi desenvolvida misturas poliméricas entre o polipropileno (PP), polímero sintético, e o poli(ácido lático) (PLA), polímero biodegradável com e sem a presença de agente compatibilizante (AC) a base de PP modificado com anidrido maleico. O objetivo do trabalho foi avaliar as propriedades da mistura de PLA e PP sem e com a presença de agente compatibilizante, bem como a ação de 10 fungos asidiomicetos isolados dos biomas mata atlântica e pampa na degradação individualmente dos polímeros e da mistura de PLA/PP. As misturas poliméricas foram produzidas por processo de extrusão e injeção e verificadas as propriedades morfológicas, térmicas, químicas e mecânicas. Para o processo de degradação biológica em cultivo sólido in vitro foram produzidos filmes de PP, PLA e suas misturas, por moldagem por compressão. Os polímeros puros foram submetidos à exposição aos 10 fungos por períodos de 14, 28 e 75 dias a 28°C sendo os fungos Trametes villosa (Sw.) Kreisel 82I.6, Schizophyllum cf. commune (Fr.) 85E.16 e Auricularia bull Ex. Juss. 551.9B os que proporcionaram indícios de degradação nos filmes de PLA e o fungo T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6 nos filmes de PP. A mistura de PLA/AC/PP (75/3/25) selecionada por apresentar maior caráter hidrofílico, foi submetida à exposição ao fungo T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6 por 14, 28 e 60 dias a 28°C. Após o período avaliado, foram verificadas as propriedades físicas (perda de massa), morfológicas (microscopia ótica e microscopia eletrônica de varredura) e características químicas (espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier). Como resultados das propriedades das misturas, estas mostraram-se imiscíveis e as propriedades mecânicas foram inferiores as do PLA, sem alteração da estabilidade térmica e mudança da hidrofilia com o aumento de PP. O PLA diminuiu sua cristalinidade após o processamento e o PP aumentou. Foram produzidos extratos em cultivo líquido do PLA com os fungos T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6, S. cf. commune (Fr.) 85E.16 e A. bull Ex. Juss. 551.9B e do PP com o fungo T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6, contudo as enzimas não foram eficientes quanto a degradação biológica nos caldos. Os fungos que apresentaram maior potencial de degradação em cultivo sólido do PLA foram o T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6, S. cf. commune (Fr.) 85E.16 e A. bull Ex. Juss 551.9B e para o PP foi o fungo T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6; evidenciado na colonização da superfície com remoção de material após 28 e 75 dias de incubação. O fungo T. villosa (Sw.) Kreisel 82I.6 utilizado no processo de degradação em cultivo sólido da mistura PLA/AC/PP (75/3/25) propiciou que fosse identificado indícios de degradação nos períodos estudados.